Print this page
Terça, 08 Julho 2025 13:12

Subida dos combustíveis: Economista adivinha dias difíceis em Angola

A vida poderá encarecer ainda mais em Angola devido ao aumento do preço do gasóleo. A constatação é do economista angolano Nataniel Fernandes. Sociedade civil convocou protesto para 12 de julho.

Primeiro subiu o preço do combustível, depois o dos transportes públicos e privados. O que mais vai subir em Angola?

O economista angolano Nataniel Fernandes antevê que o preço de outros bens e serviços essenciais também possa subir nos próximos dias, porque o gasóleo, que aumentou de 300 para 400 kwanzas (0,37 euros), é um derivado transversal na economia. É usado "na agricultura, na indústria, nas fábricas, nas famílias e nas empresas, que usam geradores", aponta.

"Sendo transversal, praticamente em quase todas as atividades da economia, inclusive no transporte de pessoas e bens, é natural que, num efeito dominó, haja um efeito de contágio a vários outros preços na nossa economia."

Nataniel Fernandes antevê dias difíceis para muitas famílias angolanas: "Muitos já enfrentam dificuldades com os rendimentos escassos que têm, e agora vão sentir ainda mais os efeitos dessa inflação."

"Não é o momento"

No fim de semana, um grupo de organizações da sociedade civil angolana alertou que a subida do preço do gasóleo poderá agravar as desigualdades sociais.

"Tal decisão, num país com acentuadas fragilidades estruturais e sociais, sem medidas compensatórias eficazes, agrava significativamente o custo de vida da maioria dos cidadãos, sobretudo os que dependem da economia informal e dos transportes públicos", escreveram as organizações Associação Upangue, OMUNGA, Friends of Angola, FORDU e ALDA, em comunicado.

Todos os dias, muitos cidadãos já fazem contas pelos dedos.

"Não é o momento de aumentar os preços num país que produz petróleo", diz João António, um cidadão angolano residente em Luanda.

O Governo deve garantir a dignidade das pessoas, reforça.

Desde que o Executivo angolano começou a retirar os subsídios aos combustíveis, em 2023, o preço do gasóleo já aumentou 200%, segundo estimativas citadas pela agência de notícias Lusa.

O Executivo espera encaixar, com a retirada dos subsídios, cerca de 400 mil milhões de kwanzas por ano (cerca de 372 milhões de euros), que redirecionaria para setores como a saúde, educação e infraestruturas.

Protesto a 12 de julho

A sociedade civil aponta, no entanto, para as consequências da medida na vida diária dos cidadãos.

"A subida do preço dos combustíveis e a consequente subida dos preços dos táxis não é o que a população quer, não é o que o povo quer", refere Adilson Manuel, um dos organizadores de um protesto convocado pela sociedade civil para 12 de julho, na capital angolana, Luanda.

O que o povo quer

O que o povo quer é que "haja medidas justas para a redução gradual dessas subidas, que já foram anunciadas anteriormente pelo Executivo", salienta.

A manifestação de 12 de julho foi convocada com o lema "o teu silêncio mata mais do que a malária".

Nos últimos dias, além de aumentar o preço do gasóleo, o Governo angolano também determinou a subida da corrida do táxi de 200 para 300 kwanzas (0,28 euros). Os transportes públicos, como por exemplo autocarros, cobram agora 200 kwanzas (0,19 euros). DW Africa

Rate this item
(0 votes)

Latest from Angola 24 Horas

Relacionados

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.