Quinta, 09 de Mai de 2024
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Segunda, 20 Janeiro 2014 12:33

Professor lecciona sete disciplinas num único curso

Estudantes denunciam a universidade por haver um professor que dá aulas em sete cadeiras diferentes. O professor diz que não lecciona sete, mas sim cinco cadeiras e em dois cursos diferentes. A reitoria mantém-se em silêncio.

Estudantes do 3º ano do curso de engenharia mecatrônica da Universidade Metodista de Angola queixaram- se da instituição devido à carga horária que atribui a um único professor. De acordo com os alunos, o académico lecciona sete cadeiras diferentes.

Na queixa apresentada à universidade os alunos declaram que o professor Albertto Kanhanga lecciona, há mais de três anos, as seguintes sete cadeiras num único curso: Mecânica aplicada, resistência dos materiais I e II, órgãos de máquina I e II, vibrações e ruído, bem como cálculo automático de estrutura.

Estas disciplinas são leccionadas nos períodos da manhã, tarde e noite, do primeiro ao quinto ano do referido curso. Os estudantes asseguram que a situação é do conhecimento da reitoria da instituição, mas a direcção tem sido conivente com esta realidade, a qual, afirmam, "agravar-se ano após ano". "Não devem esperar que os estudantes resolvam isso. Porque para garantir uma qualidade de ensino, a própria instituição deve efectuar um bom trabalho", atira um estudante que pediu o anonimato.

A mesma fonte disse também que os estudantes têm constatado que o professor começa "as aulas a abordar um tema mas, momentos depois, perde-se completamente e começa a falar de temas de outras disciplinas ou a dizer coisas da sua vida privada". "[O professor] costuma dizer que já demos essa ou aquela aula [matéria] no 1º ou no 2º ano, e por isso não continua a falar sobre o assunto. É mesmo muita confusão", lamenta a fonte, manifestando-se cansada com toda esta situação.

Outro aluno adianta que há ocasiões em que o docente em causa refere que ninguém está em condições de inverter esta situação, uma vez que ele é o único "bom professor" deste curso no país. A fonte defende que a reitoria e a faculdade não podem estar à espera das reclamações dos estudantes para solucionar o problema. "O défice de qualidade de ensino no país ocorre por causa destas e de outras atitudes", afirma.

E acrescenta: "Por mais que o indivíduo seja um excelente professor, ou mesmo um génio, não significa que esteja habilitado para leccionar, com qualidade e eficiência, as sete cadeiras". Esclarece ainda que os estudantes já tentaram alguns contactos com o departamento de engenharia para tentar ultrapassar esta situação, mas nunca obtiveram respostas eficazes.

Segundo as fontes, os alunos são obrigados a ter uma postura de "lambe botas ao docente" porque se alguém se incompatibiliza com ele corre riscos de "deixar as sete cadeiras para trás". Na segunda semana do mês de Dezembro, através de um anúncio no Jornal de Angola, a Universidade informou que, no âmbito da preparação do ano lectivo que agora se vai iniciar, tem abertas candidaturas para recrutamento de docentes em todas as áreas nos cursos de engenharia civil e informática, bem como engenharia industrial e sistemas eléctricos.

O que preocupa os estudantes é não terem sido anunciadas vagas para o curso de mecatrónica, quando há um único professor responsável por tantas cadeiras. Questionado se os alunos se sentem "constrangidos e ameaçados", a fonte respondeu afirmativamente, mas não concretizou.

De acordo com a fonte, os alunos admitem, com ajuda e colaboração dos seus colegas, denunciar o caso ao Ministério do Ensino Superior para dar o devido tratamento ao caso. Apelam, por isso à tutela e à reitoria para efectuarem a contratação de mais docentes para as cadeiras em causa. "O professor tem demonstrado que sabe alguma coisa, mas não significa que deva ser o mandão de sete cadeiras",justifica.

Professor responde O professor visado na queixa dos alunos, Alberto Kanhanga, contactado telefonicamente pelo Novo Jornal, desmente a denúncia e esclarece que não leccionar as sete disciplinas enumeradas, mas sim cinco e em dois cursos diferentes.

"Em cada trimestre lecciono duas a três cadeiras nos cursos de engenharia civil, as quais repetem no curso de mecatrónica", assegura o docente, sustentando que tudo não "passa de pequenos maus entendidos de alguns estudantes que não querem o bem da universidade, pois não há qualquer baixa na qualidade de ensino".

Alberto Kanhanga salienta também que não existem no país engenheiros disponíveis e com capacidade para para dar aulas, daí a carência de docentes na especialidade. "Se conhecer um engenheiro para leccionar uma cadeira de um destes cursos agradeço que o indique à nossa universidade. Lançámos um anúncio público para recrutar mais professores por esse motivo", atira, concluindo: "Os estudantes pensam que o poder da universidade está no professor, mas não, o nosso país não tem docentes suficientes de engenharia".

Estudantes do 3º ano do curso de engenharia mecatrônica da Universidade Metodista de Angola queixaram- se da instituição devido à carga horária que atribui a um único professor. De acordo com os alunos, o académico lecciona sete cadeiras diferentes.

Na queixa apresentada à universidade os alunos declaram que o professor Albertto Kanhanga lecciona, há mais de três anos, as seguintes sete cadeiras num único curso: Mecânica aplicada, resistência dos materiais I e II, órgãos de máquina I e II, vibrações e ruído, bem como cálculo automático de estrutura.

Estas disciplinas são leccionadas nos períodos da manhã, tarde e noite, do primeiro ao quinto ano do referido curso. Os estudantes asseguram que a situação é do conhecimento da reitoria da instituição, mas a direcção tem sido conivente com esta realidade, a qual, afirmam, "agravar-se ano após ano". "Não devem esperar que os estudantes resolvam isso. Porque para garantir uma qualidade de ensino, a própria instituição deve efectuar um bom trabalho", atira um estudante que pediu o anonimato.

A mesma fonte disse também que os estudantes têm constatado que o professor começa "as aulas a abordar um tema mas, momentos depois, perde-se completamente e começa a falar de temas de outras disciplinas ou a dizer coisas da sua vida privada". "[O professor] costuma dizer que já demos essa ou aquela aula [matéria] no 1º ou no 2º ano, e por isso não continua a falar sobre o assunto. É mesmo muita confusão", lamenta a fonte, manifestando-se cansada com toda esta situação.

Outro aluno adianta que há ocasiões em que o docente em causa refere que ninguém está em condições de inverter esta situação, uma vez que ele é o único "bom professor" deste curso no país. A fonte defende que a reitoria e a faculdade não podem estar à espera das reclamações dos estudantes para solucionar o problema. "O défice de qualidade de ensino no país ocorre por causa destas e de outras atitudes", afirma.

E acrescenta: "Por mais que o indivíduo seja um excelente professor, ou mesmo um génio, não significa que esteja habilitado para leccionar, com qualidade e eficiência, as sete cadeiras". Esclarece ainda que os estudantes já tentaram alguns contactos com o departamento de engenharia para tentar ultrapassar esta situação, mas nunca obtiveram respostas eficazes.

Segundo as fontes, os alunos são obrigados a ter uma postura de "lambe botas ao docente" porque se alguém se incompatibiliza com ele corre riscos de "deixar as sete cadeiras para trás". Na segunda semana do mês de Dezembro, através de um anúncio no Jornal de Angola, a Universidade informou que, no âmbito da preparação do ano lectivo que agora se vai iniciar, tem abertas candidaturas para recrutamento de docentes em todas as áreas nos cursos de engenharia civil e informática, bem como engenharia industrial e sistemas eléctricos.

O que preocupa os estudantes é não terem sido anunciadas vagas para o curso de mecatrónica, quando há um único professor responsável por tantas cadeiras. Questionado se os alunos se sentem "constrangidos e ameaçados", a fonte respondeu afirmativamente, mas não concretizou.

De acordo com a fonte, os alunos admitem, com ajuda e colaboração dos seus colegas, denunciar o caso ao Ministério do Ensino Superior para dar o devido tratamento ao caso. Apelam, por isso à tutela e à reitoria para efectuarem a contratação de mais docentes para as cadeiras em causa. "O professor tem demonstrado que sabe alguma coisa, mas não significa que deva ser o mandão de sete cadeiras",justifica.

Professor responde O professor visado na queixa dos alunos, Alberto Kanhanga, contactado telefonicamente pelo Novo Jornal, desmente a denúncia e esclarece que não leccionar as sete disciplinas enumeradas, mas sim cinco e em dois cursos diferentes.

"Em cada trimestre lecciono duas a três cadeiras nos cursos de engenharia civil, as quais repetem no curso de mecatrónica", assegura o docente, sustentando que tudo não "passa de pequenos maus entendidos de alguns estudantes que não querem o bem da universidade, pois não há qualquer baixa na qualidade de ensino".

Alberto Kanhanga salienta também que não existem no país engenheiros disponíveis e com capacidade para para dar aulas, daí a carência de docentes na especialidade. "Se conhecer um engenheiro para leccionar uma cadeira de um destes cursos agradeço que o indique à nossa universidade. Lançámos um anúncio público para recrutar mais professores por esse motivo", atira, concluindo: "Os estudantes pensam que o poder da universidade está no professor, mas não, o nosso país não tem docentes suficientes de engenharia".

Universidade não comenta

O Novo Jornal efectuou um primeiro contacto com o decano da universidade para ouvir a versão da instituição e confirmar os factos avançados pelos alunos relativamente a este assunto. Desse primeiro contacto o jornal recebeu a garantia, via telefone, da parte do decano Mário Ngolo de que estaria disponível para falar sobre o tema em causa, do qual disse ter já conhecimento.

Posteriormente, o Novo Jornal foi informado, também telefonicamente pela secretária do decano, de que a entrevista para obter esclarecimento da parte da universidade sobre este caso foi cancelada. "O Dr. Ngolo disse que a entrevista foi cancelada", limitou-se a dizer a secretária.

O NJ fez ainda uma derradeira tentativa junto de Mário Ngolo para tentar desbloquear a situação. Na curta conversa que manteve através de telefone com este membro da direcção da universidade, o decano esclareceu que não poderia falar sobre o assunto e que recebeu orientações nesse sentido.

Da reitoria a reportagem do NJ recebeu resposta semelhante: "Não poderemos dizer nada a respeito desse assunto", assegurou a secretária contactada pela reportagem do jornal.

NJ

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