A advogada saiu às 08h00 de casa acompanhada pelo marido que a levou a uma paragem de táxi, no bairro em que o casal vive, por a sua viatura estar avariada.
Por volta das 12h00, o marido ligou para a esposa, mas não conseguiu falar com ela por terem estado desligados os dois telemóveis que a advogada usava.
Advogada há cinco anos, Carolina da Silva está grávida de dois meses. Maria Armando, mãe da advogada, disse ao Jornal de Angola que o marido da filha, por não ter conseguido falar por telefone com a esposa, contactou o escritório de advogados, tendo ficado a saber que a esposa não havia chegado ao serviço.
Preocupado, deslocou-se a casa da sogra, para saber se a esposa havia passado por lá. A sogra não se encontrava em casa, razão pela qual ligou para ela, para saber a sua localização. A conversa sobre a esposa não foi mantida ao telefone porque a sogra estava a conduzir, daí ter o genro decidido ter a conversa quando a sogra estivesse já em casa, onde, quando chegou, encontrou um ambiente agitado.
“Entregámos tudo à Polícia e a Deus”, disse a mãe da advogada desaparecida, que confirmou ter a família feito, no mesmo dia, uma participação à Polícia e percorrido as morgues e os hospitais. A senhora disse pressentir que a filha tenha sida raptada.
O bastonário da Ordem dos Advogados de Angola, Luís Monteiro, declarou que a instituição está preocupada desde que tomou conhecimento do desaparecimento da advogada Carolina da Silva, um caso reportado pela Ordem à Polícia Nacional e ao Serviço de Investigação Criminal (SIC).
A uma pergunta sobre se os advogados deviam ter segurança à sua disposição, um privilégio que têm os magistrados judiciais e do Ministério Público, Luís Monteiro declarou: “Defendo que os juízes e os procuradores tenham segurança privada porque decidem os processos”.
Sobre os advogados, o bastonário disse que, se um advogado receber ameaças, deve abrir um processo-crime e solicitar protecção pessoal, devendo o problema ser reportado à Ordem dos Advogados de Angola para a intervenção da instituição.
“A advocacia, enquanto profissão, tem riscos como todas as profissões e um dos riscos tem a ver exactamente com o exercício do direito de defesa”, salientou o bastonário da Ordem dos Advogados de Angola. JA