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Sexta, 20 Mai 2016 11:39

Autárquicas não avançam porque PR não quer "pluralidade mais acentuada", diz Chivukuvuku

O líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), segunda força da oposição, acusou hoje o Presidente da República de travar a "pluralidade" no país ao não convocar eleições autárquicas, conforme prevê a Constituição.

Abel Chivukuvuku falava aos jornalistas à margem da abertura da reunião do conselho executivo nacional da CASA-CE, em Luanda, que entre outros pontos vai voltar a discutir a proposta de transformação da coligação em partido político no II congresso ordinário, previsto para os primeiros dias de Julho, e a realização das eleições gerais de Agosto de 2017.

O líder da CASA-CE recordou que desde 1991 que o país está num processo inacabado de "transição de um Estado de partido único e totalitário para um Estado democrático, plural e de direito", dirigindo críticas à liderança do MPLA, no poder desde 1975.

"Esse processo tem tido solavancos por causa de falta de convicções políticas e vontade política, particularmente por parte do senhor Presidente da República", apontou Chivukuvuku.

Na mesma linha, e questionado sobre as primeiras eleições autárquicas no país, que continuam por agendar, o político enfatizou que se trata de uma obrigação constitucional, apesar de José Eduardo dos Santos já ter dito que antes de 2017 não há condições para a sua convocação.

"Não tem sido implementado porque o senhor Presidente da República tem consciência que num processo autárquico haverá pluralidade mais acentuada. Dificilmente um só partido teria o domínio total de todas as autarquias do país. E é isso que não querem", disse Chivukuvuku.

"Neste momento, o que vemos são medidas dilatórias para não termos eleições autárquicas", reforçou.

Transformação da Coligação em partido político ainda em aberto

A CASA-CE é formada pelos partidos PADDA - Aliança Patriótica, Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Pacífico Angolano (PPA) e Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA).

Sobre a transformação da coligação em partido político, antes das eleições gerais de 2017, quando questionado sobre algumas críticas interna ao processo, Abel Chivukuvuku não dá a mudança como definitiva no congresso de Julho.

"Convergência pressupõe várias tendências de pensamento. Se nós queremos implementar uma sociedade democrática temos mesmo de promover a diversidade de ideias", disse.

Com o conselho executivo nacional da CASA-CE reunido até sábado para analisar a situação do país e preparar o congresso ordinário, Abel Chivukuvuku insiste que nada está ainda definido sobre o futuro da coligação.

"Nós somos abertos e na vida todas as opções têm de estar na mesa. Vamos ao debate e o que vamos adoptar será o que melhor poder servir os interesses dos cidadãos. Queremos ser um factor relevante para a vida nacional e se isso implicar a transformação é preciso firmeza, serenidade, flexibilidade e coragem. Se implicar mantermo-nos como estamos, seremos na mesma um actor, e o que vai haver é a discussão profunda para tomar a melhor decisão ", disse.

Chivukuvuku concluiu, salientando que a transformação em partido político permitiria dar um "instrumento perene" aos eleitores e não somente uma coligação pré-eleitoral.

© LUSA

 

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