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Segunda, 13 Outubro 2014 07:37

UNITA quer que PR fale sobre a corrupção que “rói e corrói” o país

O Líder parlamentar da UNITA, Raul Danda, manifestou a preocupação do partido com a corrupção “que rói e corrói o tecido nacional” e  desafiou  o  Presidente  da  República a abordar o tema na próxima semana,  durante  o  discurso  sobre o Estado da Nação, na Assembleia Nacional.

“Dentro de dias, o Presidente da Republica vai fazer, na Assembleia Nacional,  um  discurso  à  Nação,  e os angolanos estarão à espera que ele indique caminhos e etapas claras,  conducentes  a  um  verdadeiro combate contra a corrupção”, acrescentou Raul Danda, para quem este tema  se  transformou  numa  verdadeira ameaça à segurança nacional.

As  declarações  de  Raúl  Danda aconteceram esta semana em Saurimo, província da Lunda Sul, durante as jornadas parlamentares da UNITA, nas quais os deputados do maior  partido  da  oposição  estiveram a debater a estratégia a adoptar na acção política durante o ano parlamentar  2014/2015,  que  abre quarta-feira, dia 15.

A corrupção, a transmissão de debates no parlamento, o crescimento económico  de  Angola  e  casos  de intolerância  política  foram,  entre outros,  os  temas  debatidos  nas  IV jornadas parlamentares da UNITA.

A  UNITA  prometeu  para  a  próxima  sessão  legislativa  um  ano de  exigência,  esperando  que  as acções  parlamentares  sejam  invariavelmente  transmitidas  aos  angolanos, em directo, pela Televisão Pública de Angola, de modo a que os angolanos possam acompanhar de perto o que fazem os seus representantes na Assembleia Nacional.

De  acordo  com  o  principal  partido da oposição, no próximo ano legislativo,  o  Presidente  da  República deve declarar quando é que os angolanos vão ver institucionalizado o poder local, em geral, e as autarquias locais, em particular, para o cumprimento da Constituição de Angola, aprovada em 2010.

Neste âmbito, o grupo parlamentar da UNITA voltará a propor aos seus colegas do MPLA a discussão do conteúdo da Lei Orgânica sobre a  organização  e  o  funcionamento do poder local.

A UNITA revelou que o MPLA tem rejeitado o projecto de lei liminarmente, sob alegação de inconstitucionalidades que nunca existiram.

No  próximo  ano  legislativo  os ‘maninhos’  vão  pedir  ainda  aos partidos com assento no parlamento  para,  em  conjunto,  definirem um salário mínimo compatível com o  que  Angola  pode  oferecer  aos seus cidadãos.

As IV jornadas decorreram sob o tema «Para a UNITA a Nacionalidade é Sagrada». A esse respeito, Danda defendeu que a nacionalidade assumida com responsabilidade implica ser possuidor de um espírito patriótico  que  leva  a  agir  e  pensar  com dignidade e fraternidade.

“A nacionalidade é sagrada, porque a UNITA entende que este portentoso  país  é  pertença  única  de angolanos”, frisou.

Lamentou  que  “hoje,  em  vários pontos de Angola, se viva um ambiente de intolerância política, em completa  dissonância  com  a  tão propalada necessidade de reconciliação nacional”.

“Os  assassinatos  de  angolanos, a discriminação no acesso ao emprego,  aos  créditos  bancários,  às oportunidades de negócios, à saúde,  entre  outros  problemas,  são sintomas de estarmos ainda numa situação em que prevalece a lei do cartão membro”, denunciou.

Segundo o político, “até o acesso ao  adubo  em  Angola  se  faz  ainda com o cartão de membro”.

Danda  criticou  o  comportamento do governador do Bié, Álvaro de Boavida  Neto,  que  incentivava  os militantes do MPLA a baterem nos da UNITA.

“Há poucos dias, quem quis pôde ouvir  da  boca  do  governador  do Bié, as mais ignóbeis atrocidades.

O  irmão  Boavida  Neto  confessava que  os  militantes  do  seu  partido batem na UNITA e que o vão fazer muitas outras vezes se assim o entenderem”, criticou.

Para  Raul  Danda,  “essa  atitude demonstra claramente que a democracia  multipartidária  é  algo  que ainda não faz parte do dicionário” daquele representante do governo.

“Coisas  dessas,  ditas  àquele  nível, serão casos isolados ou orientações  superiores”, interrogou  o deputado.

Raul Danda é de opinião que “os angolanos podem viver em paz, em harmonia  e  reconciliados.  Basta apenas  que  haja  vontade  política para encontrarem caminhos para a prossecução de tal desiderato”.

“Em  qualquer  parte  do  mundo Boavida  Neto  teria  sido  exonerado logo após ter feito aquele triste pronunciamento, pois não terá sido para isso que o titular do poder executivo o nomeou para aquele cargo”, frisou Danda, saudando a governadora da Lunda Sul, que recebeu a delegação da UNITA com alegria.

“Aproveitamos  o  ensejo  para encorajarmos  as  autoridades  da Lunda  Sul,  na  pessoa  da  senhora governadora, que nos recebeu fraternalmente e nunca seguiu aquele triste  exemplo  de  Boavida  Neto”, expressou.                     

NJ

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