Segundo os partidos políticos, a demora na entrega destas verbas, que servirão para o reforço financeiro antes das eleições gerais e que não têm nada a ver com o financiamento para a campanha eleitoral, é propositada.
O deputado da UNITA, Ernesto Mulato, entende que a atitude do Executivo serve para "amarrar os partidos políticos", para não fazerem nenhum movimento no que diz respeito à preparação das eleições gerais que serão convocadas sexta-feira, 03, pelo Presidente da República, João Lourenço.
"Até aqui nada entrou nos partidos políticos. O que está aqui é um jogo propositado", disse ao Novo Jornal Ernesto Mulato, sublinhando que o Executivo pretende "asfixiar" os partidos políticos para não fazerem nada.
De acordo com o deputado, há partidos políticos que não conseguem fazer nada enquanto estes valores não entrarem nas suas contas bancárias.
"O partido no poder, com ajuda do Governo, está em toda a parte com dinheiro do Estado, que domina. Esta é uma ditadura total que está no nosso País, o que é muita pena", referiu.
O deputado da CASA-CE, Fele António, afirmou que o seu partido político enfrenta enormes dificuldades para preparar as eleições gerais por falta de dinheiro.
"O MPLA sempre criou dificuldades nesta fase das eleições. A Lei permite recebermos este financiamento, mas a realidade é outra", referiu.
O porta-voz da FNLA, Ndonda Nzinga, adiantou que o valor ainda não entregue é irrisório e não corresponde às necessidades dos partidos políticos.
"O MPLA tem mundos e fundos, abusa do erário público do Estado para as suas actividades, os partidos políticos vão receber este valor mínimo", lamentou.
"Se o Executivo já aprovou a disponibilização deste valor e autorizou o Ministério das Finanças a entrega-lo aos partidos políticos, porque não fazem?, questionou.
De salientar que estão legalizados e habilitados os partidos políticos MPLA, a UNITA, FNLA, PRS Bloco Democrático, PDPa-ANA, PADDA-AP, PALMA, PPA, PNSA, PDA, APN e o partido Humanista, legalizado há uma semana pelo TC. NJ