Na avaliação dele, de um modo geral, sustenta-se uma imagem de que o africano com poder aquistivo necessariamente é corrupto ou, ao menos, suspeito de corrupção.
"Não há razão para nos deixarmos intimidar. A acumulação primitiva do capital nos países ocidentais ocorreu há centenas de anos e nessa altura as suas regras de jogo eram outras. A acumulação primitiva de capital que tem lugar hoje em África deve ser adequada a nossa realidade", defendeu.
As empresas americanas, inglesas e francesas do setor petrolífero ou as empresas e bancos comerciais com interesses portugueses em Angola, lembra Santos, levam do país "dezenas de bilhões de dólares" todos os anos.
"Por que é que eles podem ter empresas privadas dessa dimensão e os Angolanos não?", interrogou-se.
Ele entende que as campanhas de intimidação são feitas porque as empresas do ocidente não querem ter concorrentes locais, mas sim continuar a levar cada vez mais riqueza para os seus países.
"Nós precisamos de empresas, empresários e grupos económicos nacionais fortes e eficientes no setor público e privado e de elites capazes em todos os domínios, para sairmos progressivamente da situação de país subdesenvolvido", afirmou.
Ele lembra que qualquer cidadão angolano pode ter acesso à propriedade privada e desenvolver atividades econômicas como empresário, sócio ou acionista. Do mesmo modo, estrangeiros também podem criar empresas de direito angolano e integrar-se na economia nacional.
José Eduardo dos Santos reforça laços com França e Reino Unido
Franceses, britânicos e russos surgem no "Jornal de Angola" como interessados em estreitar relações com Luanda.
A escalada da tensão nas relações entre Portugal e Angola está a coincidir com uma estratégia de aproximação de Luanda a outras potências interessadas em reforçar os laços comerciais com aquele país africano em rápido crescimento económico.
Segundo o oficioso "Jornal de Angola", José Eduardo dos Santos recebeu esta semana o embaixador de França em Luanda, que prometeu organizar uma visita de empresários franceses a Angola, para ajudar a "diversificar a cooperação económica nos mais diferentes sectores".
PANAPRESS/ ECONÓMICO