Numa declaração apresentada por ocasião do 27º aniversário da assinatura dos Acordos de Bicesse (a 31 de Maio de 1991), o partido considerou necessário que o Chefe de Estado angolano trabalhe para a "desconstrução prática e efectiva dos factores de discriminação e bloqueio à igualdade económica e à inclusão social dos cidadãos".
Embora se sinta regozijada com os resultados dos Acordos de Bicesse, a UNITA pediu que João Lourenço regularize o património do partido, consolide o dossier da desmobilização dos ex-militares e a sua inserção digna na vida económica e produtiva.
Os Acordos de Bicesse, rubricados entre o Governo da República de Angola e a UNITA, em Portugal, marcaram uma fase decisiva para o fim da guerra civil no país.
Os instrumentos permitiram a realização das primeiras eleições livres e democráticas em Angola (Setembro de 1992), supervisionadas pelas Nações Unidas, e a fusão das forças armadas do Governo e da UNITA num exército nacional livre e apartidário.
Na sua declaração, lida pelo seu porta-voz Alcides Sakala, a UNITA afirmou que o alcance pleno dos objetivos propostos impõe "a necessidade urgente de despartidarizar e consolidar o estado democrático constitucional, e implantar o poder autárquico, em todo país".
Referiu que há necessidade imperativa de alterar a cultura da governação e combate sem tréguas nem receios ao flagelo da corrupção e da impunidade.
A UNITA sublinhou que o 31 de Maio tem um significado histórico singular, porquanto os Acordos de Bicesse exprimiram o patriotismo e a coragem política das partes em conflito que, no interesse nacional, renunciaram aos ditames da guerra fria para cimentar a reconciliação nacional, estabelecer o regime democrático e construir a nação.
Por isso, o partido reafirmou a disposição de continuar a defender a paz democrática, para que os seus frutos se traduzam em valores tangíveis na vida de todos os angolanos.