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Domingo, 16 Agosto 2020 19:29

A Burocracia das Embaixadas Angolanas

Quando se fala de burocracia normalmente faz-se referência aos defeitos de um sistema governativo e institucional, associado ao predomínio desproporcionado do aparelho administrativo no conjunto da vida pública ou dos negócios privados.

Mas para Max Weber (considerado por muitos o Pai da burocracia), para ele a burocracia é uma organização eficiente por excelência e, para se ter esta eficiência, a burocracia (a direcção, o detentor do poder) precisa detalhar racionalmente e antecipadamente como as coisas devem ser executadas tendo em conta a realização dos objetivos.

As Embaixadas angolanas precisam melhorar um pouco mais o seu funcionamento e organização, começando pelo seu aperfeiçoamento nas relações públicas, o atendimento precisa ser mais profissional, mesmo os porteiros as vezes comportam-se mal, o trabalho interno precisa ser mais veloz e eficaz, um simples documento não tem necessidades de demorar mais de uma semana. Os cartões consulares por exemplo, se for para um cidadão que vem tratar pela 2a vez (renovação) basta ir na base de dados e alterar as datas, mas o que acontece é que, aquele que vai tratar pela 1a vez e aquele que vai tratar pela 2a vez não tem diferença nenhuma, porque não existe um controle à base de dados eficiente para este fim.

A burocracia em si não é necessariamente uma coisa negativa, a sua negatividade surge no momento em que, os funcionários de uma instituição ou organização começam a dificultar as coisas, nisso as representações diplomáticas angolanas parecem ser campeãs mundiais, o nível de lentidão dos processos é incompreensível, os processos dos passaportes é a mesma coisa, as vezes esses mesmos processos perdem-se dentro dos consulados, obrigando os titulares a recomeçarem tudo do zero. Tudo isso é sinônimo de desordem, de organização e de má gestão.

Se a maioria dos diplomatas angolanos colocassem em prática ao menos 14% daquilo que é a verdadeira diplomacia, já estaríamos entre as melhores diplomacias africanas, seríamos catapultados, valorizados e conhecidos no meio dos povos das outras nações.

«A burocracia é uma forma de organização que baseia-se na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objectivos pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance dos objectivos».

Mas quando se fala de burocracia nas Embaixadas angolanas faz-se referência a sua incapacidade de gerir adequadamente as funções e as tarefas que lhe são atribuídas, refere-se à sua incompetência e ausência de projectos concretos que visam dar maior visibilidade à Nação, sem mencionarmos a falta de programa de mandato por parte dos embaixadores, cônsules gerais, adidos e outros agentes especiais diplomáticos mandados pelo Estado.

Ontem tive pesadelos, a culpa é da diplomacia angolana!

«Eu e a Diplomacia»

Por Leonardo Quarenta

Doutorando em Direito Constitucional e Internacional

Mestrado em Relações Internacionais e Diplomacia

Master em Direitos Humanos e Competências Internacionais

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