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Segunda, 07 Abril 2014 19:52

PGR Angola. Violação do segredo de justiça era o problema nas relações com Portugal

O PGR angolano referia-se às sucessivas fugas de informação em investigações do Ministério Público português a altos dirigentes angolanos, entre os quais o próprio João Maria de Sousa, que têm vindo a ser arquivadas.

A violação do segredo de justiça era o problema nas relações com Portugal, disse hoje em Luanda o Procurador-Geral da República angolano.

"Nós nunca tivemos nada contra a existência deste ou daquele processo. Isto não está em causa, até porque nós sabemos bem o que representa um órgão de soberania", disse João Maria de Sousa à Lusa e à RTP no final de uma reunião de trabalho com a ministra da Justiça portuguesa, Paula Teixeira da Cruz.

"A única coisa que nós considerámos que não estava bem, era pegarem nos nomes de entidades angolanas e levarem-nos para a praça como se fossem verdadeiros criminosos, quando nunca nenhuma dessas pessoas tinha sido constituída arguida. Achávamos que se estava a brincar ao fazer justiça. Isso não é justiça séria", acrescentou.

O PGR angolano referia-se às sucessivas fugas de informação em investigações do Ministério Público português a altos dirigentes angolanos, entre os quais o próprio João Maria de Sousa, que têm vindo a ser arquivadas.

A tensão diplomática entre Portugal e Angola, que levou o Presidente angolano a anunciar a 15 de outubro de 2013 o fim dos planos de constituição de uma parceria estratégica com Portugal, começou em novembro de 2012, quando o semanário Expresso noticiou a existência de um inquérito-crime no Ministério Público português contra altos dirigentes angolanos.

Na altura, o jornal falava em indícios de fraude fiscal e branqueamento e referia-se concretamente ao vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, ao general Hélder Vieira Dias "Kopelipa", ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança da Presidência da República, e ao general Leopoldino Nascimento "Dino", consultor do ministro de Estado e ex-chefe de Comunicações da Presidência da República.

Posteriormente, numa entrevista à Rádio Nacional de Angola, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, pediu desculpa a Luanda pelas investigações do Ministério Público, declarações que provocaram polémica em Lisboa e levaram a oposição a pedir a sua demissão.

Nas declarações que fez hoje à Lusa e RTP, João Maria de Sousa salientou que as relações institucionais luso-angolanas "nunca baixaram de nível".

"Sempre foram mantidas, e o nível irá subir sempre, quando percebo que são as intenções dos dois países.

Iol.pt

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Last modified on Segunda, 07 Abril 2014 19:57