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Quinta, 26 Outubro 2017 09:24

José Massano à beirinha de voltar ao BNA como governador

Fortes expectativas em torno dessa nomeação depois do novo PR ter prometido o "saneamento completo" da banca nacional

O Presidente da República deve nomear hoje como novo governador do Banco Nacional de Angola (BNA) o economista José de Lima Massano, em substituição de Walter Filipe Duarte da Silva, que ocupava o cargo desde 4 de Março de 2016.

A concretizar-se, essa nomeação representará o início do saneamento completo da banca nacional, conforme promessa de João Lourenço no seu discurso sobre o estado da Nação proferido no passado dia 16 na Assembleia Nacional, quando fez notar que o sector vem funcionando ao longo dos anos como um verdadeiro vazadouro dos recursos financeiros do país, proporcionando e facilitando mesmo a fuga de capitais nacionais para o estrangeiro.

“Vamos trabalhar com o  Banco Nacional de Angola, para que se prossiga e consolide o processo de adequação do sistema financeiro e bancário nacional às normas e padrões das instituições financeiras internacionais e se intensifique o controlo efectivo dos meios de pagamento, o restabelecimento das relações da banca nacional com os bancos correspondentes e se efective a reestruturação e saneamento dos bancos com insuficiências estruturais de liquidez” – declarou João Lourenço na ocasião.

“Não descansaremos enquanto o país não tiver um Banco Central que cumpra estritamente e de forma competente com o papel que lhe compete, sendo governado por profissionais da área”, continuou o novo PR, ditando logo ali a “sentença” a Walter Filipe, um jurista que José Eduardo dos Santos colocara à frente do banco central, não obstante a sua inexperiência em relação ao mundo da alta finança.

José de Lima Massano volta ao cargo de governador do BNA, depois de já lá ter estado entre 2010 e 2013. Presidia nos últimos tempos a Comissão Executiva do BAI. De feição monetarista (master em contabilidade e finanças pela City University de Londres), Massano terá então a missão que o novo Presidente da República indicou na sua avaliação ao sector da banca nacional.

Numa altura em que o país enfrenta sérias dificuldades cambiais, João Lourenço revelou preocupações com a situação depauperada das Reservas Internacionais Líquidas, as quais, segundo ele, devem ser protegidas e recuperadas sem que isso prejudique o normal funcionamento da economia real.

O novo PR exigiu, por outro lado, que o sistema bancário nacional desempenhe realmente o seu papel, “concedendo crédito ao empresariado nacional que reúna as condições exigidas para tal”. Criticou, nesse capítulo do incentivo ao empresariado, que as escassas divisas disponíveis beneficiem apenas um grupo reduzido de empresas, tendo exigido que elas “passem a beneficiar os grandes importadores de bens de consumo e de matérias-primas e equipamentos que garantam o fomento da produção nacional”.

João Lourenço apelou, finalmente, para que as autoridades monetárias impeçam que a venda directa de divisas seja “uma forma encapotada de exportação de capitais sem o correspondente benefício para o país” 

CA

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