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Domingo, 03 Agosto 2014 21:07

"Amanhã o BES entra em liquidação e deixa de ser banco"

O professor Marcelo Rebelo de Sousa explicou este domingo à noite, no seu habitual comentário na TVI, que “a partir de amanhã o BES deixa de ter licença bancária”, o BES vai dividir-se em dois. Um banco mau e um banco bom. O bom, onde permanecem os depósitos, vai alterar o seu nome. O mau vai contar, por exemplo, com o BES Angola.

O banco mau que será criado com os activos designados tóxicos do Banco Espírito Santo vai entrar em liquidação, segundo avançou no comentário habitual na TVI Marcelo Rebelo de Sousa. Ou seja, o objectivo é fechar, liquidando todas as dívidas.   

Este "bad bank" vai ficar com várias dívidas, nomeadamente as dívidas em relação ao Grupo Espírito Santo, as posições nas unidades na América e no Dubai.

A posição no BES Angola (BESA) irá também para liquidação, de acordo com o que Marcelo Rebelo de Sousa afirmou na TVI.

Ou seja, os accionistas do actual BES só vão conseguir ganhar alguma coisa no "bad bank" se conseguirem ganhos com o que for liquidado.

Novo BES muda de nome

 O nome BES deixará de existir. O novo BES, que ficará com os activos bons (como as "contas normais do comum dos cidadãos"), vai mudar de nome, ainda que não se saiba qual. "Os homens do marketing vão criar um novo nome", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Este novo BES fica, por agora, com o fundo de resolução como accionista único. O fundo de resolução é um instrumento que a banca foi obrigada a criar para se "resgatar" em situações de dificuldades. Em Portugal, a dificuldade chegou com a recente situação do BES antes de haver capital que garanta essa ajuda. Daí que seja necessário recorrer ao dinheiro da troika (12 mil milhões de euros disponibilizados em 2012, dos quais ainda existe 6,4 mil milhões).

Os funcionários do BES vão passar todos para o novo banco. Os depositantes não vão ser lesados.

O objectivo é que o fundo de resolução fique accionista até à realização de uma operação de venda (oferta pública de venda), em que irão entrar novos accionistas. Prevê-se, diz Marcelo Rebelo de Sousa, que todos os investidores estejam interessados em investir, todos juntos, 5 mil milhões de euros.

Se não se conseguir chegar a esse valor que o novo BES deverá precisar para se capitalizar, a banca é que irá ter de encontrar uma forma de cobrir esse diferencial. "A banca portuguesa tem interesse que corra tudo bem", disse o antigo líder do PSD. 

"O sucesso depende da rapidez da solução. Se houver interessados na compra, quanto mais depressa comprarem o novo BES, melhor para todos", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

jornaldenegocios.pt

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