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Sexta, 30 Dezembro 2016 16:38

Temos que saber viver com a receita que temos hoje - Ministro das Finanças

O ministro das Finanças de Angola defendeu hoje como desafio para 2017 um reajustamento do setor financeiro, num ano que classificou como de "otimismo e esperança", mas prometendo realismo.

Archer Mangueira discursava na tradicional cerimónia de cumprimentos de fim de ano, salientando que em 2017 vão ser adotadas medidas políticas que vão gerar prosperidade na economia angolana.

O governante angolano sublinhou que se há alguns anos Angola vivia com um Orçamento Geral do Estado com receitas de cinco biliões de kwanzas (28,6 mil milhões de euros), agora são necessários ajustes a um novo patamar, em que se passará a "viver com receitas muito inferiores".

"Temos de nos ajustar a um novo normal. Pode parecer-nos a todos que é uma abordagem muito fria. Mas é essa a realidade", disse, acrescentando que "nada de sustentável se constrói sem estarmos ancorados na realidade".

"Temos que saber viver com a receita que temos hoje e não continuar, digamos assim, a sonhar com as recetas de que dispusemos ontem. Definitivamente temos um novo normal", disse.

O titular da pasta das Finanças de Angola enumerou alguns desafios para 2017, ano em que, reiterou, os angolanos terão que "saber viver na nova normalidade".

Segundo Archer Mangueira, em 2017, o Ministério das Finanças vai contribuir para a correção dos desequilíbrios macroeconómicos e para melhorar a coordenação da política fiscal e da política monetária, focar na melhoria da qualidade da despesa, na racionalização dos gastos públicos, na melhoria da eficiência e da eficácia do investimento público.

"Vamos aprimorar a monitorização da execução física e financeira dos projetos garantidos com financiamento externo, garantido ou não com petróleo, vamos continuar com a reforma tributária, prosseguir na melhoria da arrecadação de receita, no alargamento da base tributária, no combate à fuga e evasão fiscal e, também, na melhoria dos serviços prestados aos contribuintes, de que queremos estar cada vez mais próximo", disse.

Um dos desafios do próximo ano será também a continuação do esforço de reforma do sistema financeiro, procedendo ao saneamento e à reestruturação dos bancos e das instituições financeiras públicas", avançou o ministro.

A supervisão do mercado de capitais, o aprofundamento do mercado secundário de dívida pública, bem como o segmento de seguros, onde procurará arrancar definitivamente com o resseguro nacional, a contenção dos atrasos e o aprimoramento da gestão da dívida pública são igualmente outras tarefas a serem desempenhadas no próximo ano.

LUSA

 

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