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Segunda, 14 Fevereiro 2022 12:32

Angola e Israel de costas viradas? Antigo bastião do MPLA no Médio Oriente pisca o olho a UNITA de ACJ

A ida à Israel do líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, demonstra uma clara inversão dos papéis, nas suas relações com Angola e com o maior partido da oposição.

Por Lito Dias 

Como é evidente, Angola mantém relações diplomáticas com aquele país do médio oriente, há vários anos e em vários domínios.
Sabe-se, por exemplo, que o sistema de telecomunicações das Forças Armadas Angolanas, para além da França, inclui também o Israelita que é o preferido sobretudo pela Presidência da República Angolana. A tecnologia usada no sistema informático é também daquele país.

É com essa tecnologia que Israel foi decisivo na perseguição ao líder fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi até ao seu aniquilamento a 22 de Fevereiro de 2002. Em suma, Israel jogou um papel importante no fim do conflito angolano.

Por esta razão, de um tempo a esta parte, a UNITA franze os sobrolhos quando se virasse para aquele país do médio oriente, mas tal como se diz naquele partido, "cada etapa de luta exige um pensamento adequado", hoje mudaram-se os tempos e mudaram-se as vontades.

Contrariamenteàs anteriores digressões, desta vez, o presidente da UNITA, contra todas as expectativas, foi a Israel, tentar apagar o passado e criar sinergias com as autoridades locais, tendo em vista as eleições de Agosto próximo.

A Alemanha, que tem sido o ponto de partida para a diplomacia da UNITA na Europa, mas, desta vez, foi posta de parte. De Portugal, ACJ foi directamente para Israel e de lá para Dubai.

O que surpreendeu aqueles que acompanham o périplo é que dos Emirados Árabes Unidos, Adalberto voltou novamente a Israel, cumprindo, desta forma, uma das mais importantes digressões àquela região, com visitas a sítios sagrados para o mundo cristão e não só.
Não é por acaso que fez um pouco mais de uma semana na terra santa. ACJ terá mantido encontros com importantes figuras do mundo empresarial, maioritariamente ex -funcionários da Mossad, que dominam a realidade angolana.

Através deles, ACJ deseja obter o know how em matérias eleitorais. Ou seja, sabendo que algumas empresas naquela nação entendem muito bem de técnicas de controlo e manipulação de votos, tendo alguns quadros angolanos sido formados por israelitas, o presidente do maior partido da oposição terá aproveitado a sua estadia para compreender todos os ângulos de manobras usados nas eleições em África e em Angola, em particular.

O Estado angolano acompanha silenciosamente este movimento para ver até que ponto Israel é capaz de inverter os papéis, e como ACJ vai criar alianças, de índole tecnológica, com sectores da sociedade israelita.

Seja o que fizer, Adalberto Costa Júnior, soube enterrar o passado tenebroso caracterizado pelo envolvimento da Mossad, serviços secretos israelitas, na morte de Jonas Savimbi.

Sabe-se que na ânsia de se ter eleições livres e justas, a UNITA está a usar todas as armas possíveis, bater portas imprevisíveis e conquistar amigos de toda espécie para obter a arma anti-fraude.

NMC

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