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Quarta, 27 Outubro 2021 21:05

Banco Nacional de Angola garante que já não há falta de moeda

A subida do preço do petróleo deu um novo fôlego às dificuldades de liquidez no país. No entanto, o mercado informal ainda tem peso.

A dependência da economia angolana do petróleo gera problemas económicos e financeiros quando a matéria-prima tem grandes movimentos de variação. Foi o que aconteceu quando os preços afundaram e agora com a retoma. O Banco Nacional de Angola (BNA) garante que a crise das divisas já passou e que o mercado está normalizado.

A moeda angolana tinha apreciado mais de 2% em relação ao dólar norte-americano entre janeiro e final de agosto, de acordo com dados oficiais do BNA. No mesmo período, no mercado informal a apreciação acumulada foi de 12,44%. Esse mercado é o das chamadas kinguilas, que proliferaram pelas ruas angolanas devido à crise de divisas no país. Os dólares chegaram a tocar nas ruas o dobro do preço dos bancos à medida que o banco central restringia o acesso à moeda internacional.

Agora, o diferencial entre a taxa formal e a informal reduziu-se para 5,3%. “De acordo com os registos regularmente disponibilizados ao Banco Nacional de Angola pelos bancos comerciais, não há conhecimento de operações cambiais pendentes na banca por dificuldades de acesso a divisas, pelo que se considera o mercado normalizado”, garantia o BNA no final do terceiro trimestre.

São atualmente precisos 603,25 kwanzas para comprar um dólar, mas já chegaram a ser precisos 673,60 no ano passado. O valor representa uma forte depreciação face aos 165,09 kwanzas que eram necessários em 2017. A inflação galopante poderá ser agora uma nova ameaça. O índice de preços no consumidor nacional homólogo fixou-se, em agosto, em 26,09%, impulsionado pela contribuição dos alimentos e bebidas, que dispararam 32,39%.

O BNA vê uma conjugação do aumento dos preços nos mercados internacionais, com a manutenção dos fatores que determinam o comportamento dos preços no mercado interno. Assim, para o ano de 2021 prevê uma inflação acumulada no ano em torno de 27%.

A consultora NKC African Economics antecipa que a taxa de câmbio do kwanza face ao dólar deprecie até final do ano, com a recuperação dos preços do petróleo, atingindo os 666 kwanzas por dólar. “A seca severa no Sul de Angola, a pior em quatro décadas, e a fraca época de pescas na costa angolana exacerbaram o aumento da inflação nos preços dos alimentos”, alerta a filial africana da britânica Oxford Economics.

 5,3% VALOR DA MOEDA
O kwanza tem valorizado mais no mercado informal do que no formal, aumentando o diferencial entre estes.

Jornal de Negócios

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