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Sábado, 14 Março 2015 06:55

Cabinda: «A marcha só pode ser travada pela força das baionetas»

Lisboa – José Marcos Mavungo, activista dos direitos humanos em Cabinda, disse hoje à PNN que a Sociedade Civil cabindesa vai manter a «Marcha contra a má governação e violações dos Direitos Humanos em Cabinda», prevista para este sábado, 14 de Março.

Através de um comunicado difundido à imprensa a Sociedade Civil cabindesa explicara que a Marcha pretende «denunciar os atropelos aos Direitos Humanos e a falta de transparência na administração do erário público e exigir o cumprimento da Lei dos padrões universais referentes a administração da justiça e da boa gestão económica».

Em declarações à PNN, José Marcos Mavungo confirmou que a polícia tentou impedir a realização da marcha alegando que esta «iria perturbar a ordem pública», no entanto para o activista dos direitos humanos: «A marcha só pode ser travada pela força das baionetas. Só paramos se nos puserem todos na cadeia. Estamos fartos de assassinatos e prisões arbitrárias.»

Para o activista dos direitos humanos desde que a Sociedade Civil cabindesa «desafiou» a Governadora e a Polícia «o Governo está muito preocupado com a situação, e por isso o general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e José Maria estiveram reunidos ontem, quinta-feira, em Cabinda». Segundo José Marcos Mavungo em Cabinda «dizem que Kopelipa terá repreendido a Governadora por ter tentado impedir a manifestação. Na realidade a insatisfação sobre a Governadora é total, mesmo no seio do MPLA», sublinhou.

«A governadora gere Cabinda como se fosse a propriedade sua. Vai criando empresas, tal como empresas de táxis, emprega as filhas e os genros. Aqui tudo está nas mãos de uma família o que nos deixa numa profunda saturação», denunciou Mavungo.

A marcha está prevista começar às 15:00 no Largo do Centro Cultural Chiloango e terminará junto ao monumento da assinatura do Tratado de Simulambuco, onde deverá ser lida a «Declaração da Sociedade Civil de Cabinda» que, segundo José Marcos Mavungo, pretende apresentar «uma autópsia da actual situação em Cabinda onde existe um sistema de corrupção generalizado, desgovernação, anarquia de ideias e programas e onde a economia só está a beneficiar terceiros. Em Cabinda estamos a viver uma governação típica de um estado colonizado», disse o activista dos direitos humanos e coordenador da marcha.

PNN Portuguese

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