O pedido da manifestação é feito numa carta enviada ao sub-Procurador-Geral da República de Angola em Cabinda, ao governador da província, Polícia Nacional e à imprensa nacional e internacional.
Augusto da Silva Tomás, que foi também governador do enclave de Cabinda entre 1990 e 1995, encontra-se em prisão preventiva desde sexta-feira passada, indiciado pela prática dos crimes de peculato, corrupção e branqueamento de capitais, entre outros.
Na carta, os promotores referem que a marcha terá lugar a partir das 14:30 locais (mesma hora em Portugal), defronte do tribunal de justiça, onde está sedeada a "PGR da colónia de Cabinda".
Segundo os organizadores, a manifestação será pacífica "em favor do cidadão cabindês, colonizado por Angola, Dr. Augusto da Silva Tomás, por ser um dos cabindas vítimas de uma descriminação de crimes de roubos do alegado erário público do colono angolano".
"O Governo Colonial de Angola, por meio da sua casta governamental, vem pilhando, saqueando e espoliando, sistematicamente, o petróleo e a madeira ou tantas outras riquezas da colónia de Cabinda em detrimento das filhas e dos filhos lídimos dos três Reinos de Cabinda e, por isso, os piratas angolanos preocupam-se apenas à satisfação do seu sádico apetite de acúmulo primitivo de capital mal ganho", lê-se na carta.
Ao finalizar, os promotores da marcha apelam aos "Cabindas dos três Reinos", Ngoyo, Cacongo e Lu-ango, para "participarem em massa para repudiar as injustiças dos intrusos angolanos".
O antigo ministro dos Transportes de Angola foi titular da pasta até junho deste ano, quando foi afastado do cargo pelo Presidente angolano, João Lourenço, sem avançar os motivos da sua exoneração, a primeira entre os ministros empossados em setembro de 2017, altura em que tomou posse o novo chefe de Estado angolano.
A Procuradoria-Geral da República, na nota de imprensa que deu a conhecer a detenção, referiu que o processo em que está envolvido Augusto Tomás corre os seus trâmites na Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP), relacionado ao caso que investiga atos de gestão do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), afeto ao Ministério dos Transportes.
