Terça, 07 de Mai de 2024
Follow Us

Segunda, 27 Janeiro 2014 08:19

José Eduardo dos Santos ainda não respondeu a convite de Obama

Analistas em Luanda admitem dúvida sobre a ida do Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos aos Estados Unidos para assistir a uma cimeira na Casa Branca nos próximos dias 5 e 6 de Agosto.

O convite do Presidente norte-americano, Barack Obama, também foi dirigido a outros 46 líderes africanos.

A incerteza deve-se, primeiro, ao incidente que, em Setembro de 2012, resultou na recusa por parte da Casa Branca de um pedido do ministro das Relações Exteriores, George Rebelo Pinto Chicoty , a solicitar uma audiência com a então secretária de Estado Hilary Clinton, que teria lugar em Nova Iorque, à margem da assembleia anual das Nações Unidas.

Segundo, o facto de o Governo de Angola, na voz do seu ministro das Relações Exteriores ter, esta semana, colocado os Estados Unidos em segundo plano nas suas relações económicas, em 2014, a favor da China, Índia e Japão.

Segundo as fontes do Novo Jornal, José Eduardo dos Santos gostaria de manter um encontro a dois com o Presidente norte-americano, para tratar questões bilaterais, uma vez que o seu país é o segundo parceiro económico africano dos Estados Unidos, a sul do Sahara, e cujo peso político e diplomático constitui hoje uma referência na região.

O Presidente poderá, deste modo, declinar o convite ou fazer-se representar a um nível inferior para evitar participar no que é descrito por observadores como uma espécie de "audiência conjunta".

Os cinco países africanos de língua portuguesa foram convidados, excepto a Guiné-Bissau, que, deste modo, não vai participar na cimeira de Washington, que deve analisar o compromisso norte-americano com o continente e o desenvolvimento da democracia em África.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que o Presidente Barack Obama "se congratula em acolher os dirigentes provenientes de todo o continente africano na capital dos Estados Unidos, para reforçar os laços com uma das regiões mais dinâmicas do mundo".

A iniciativa, referiu Carney, "permite avanços na atenção que a Administração dedica ao investimento e comércio em África e sublinha o compromisso dos Estados Unidos com a segurança em África, o seu progresso democrático e o desenvolvimento dos seus povos".

A realização da cimeira foi abordada pela primeira vez durante o périplo de Barack Obama a África, em Junho do ano passado, num discurso que proferiu na cidade do Cabo, África do Sul.

"Os EUA desejam continuar sua vinculação, não só sobre assuntos de segurança, mas também sobre o ambiente, a economia e a educação", acrescentou.

Para isso, Obama disse que convidaria os chefes de Estado de toda a África Subsaariana para "iniciar um novo capítulo nas relações entre Estados Unidos e África".

A União Africana é integrada por 54 países. A troca comercial dos EUA com toda África em 2013 teve um valor de USD 99,6 bilhões, comparado com um valor total de USD 4,5 triliões em todo o comércio exterior americano.

Com uma troca anual de USD 24 bilhões, principalmente em comércio petrolífero, a Nigéria é o maior parceiro comercial americano na África e mesmo assim está no posto 31 entre os maiores mercados para os EUA.

Os EUA enviaram convites "a todos os países africanos que têm boas relações com os Estados Unidos ou que não tenham sido suspensos pela União Africana", disse outro porta-voz da Casa Branca, Jonathan Lalley.

Guiné-Bissau, Sudão, Egipto e Madagáscar não foram convidados devido à situação política em que vivem, enquanto o Zimbabwe também ficou de fora devido às sanções impostas.

A presidente da comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, também foi convidada para a cimeira.

O convite é feito numa altura em que a Administração Obama manifesta crescentes preocupações pela importante presença da China no continente africano, e em que África é assolada por graves conflitos, com destaque para os da República Centro Africana e do Sudão do Sul.

NJ

Rate this item
(0 votes)