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Sábado, 17 Setembro 2016 14:58

Governo angolano aponta tentativas para "denegrir" imagem de Agostinho Neto

O ministro da Defesa de Angola e vice-presidente do MPLA, João Lourenço, denunciou hoje tentativas de "denegrir" a imagem de Agostinho Neto, primeiro Presidente angolano e fundador do partido, na passagem do 94.º aniversário do seu nascimento.

O governante discursava em Mbanza Congo, província do Zaire, ao presidir ao ato solene das comemorações do dia do Herói Nacional, feriado alusivo precisamente ao nascimento do primeiro Presidente de angolano.

"A grandeza e a dimensão da figura de Agostinho Neto é de tal ordem gigante que, ao longo dos anos, todas as tentativas de denegrir sua pessoa, sua personalidade e obra realizada como líder político, poeta, estadista e humanista, falharam pura e simplesmente porque os factos estão ai para confirmar quão grande ele foi", afirmou.

João Lourenço nunca se referiu ao caso na sua intervenção, mas o bureau político do MPLA criticou em julho, duramente, o lançamento em Portugal de um livro sobre aquele partido e o primeiro Presidente angolano, Agostinho Neto, queixando-se então de uma nova "campanha de desinformação".

Em causa está o livro "Agostinho Neto - O Perfil de um Ditador - A História do MPLA em Carne Viva", do historiador luso-angolano Carlos Pacheco, lançado em Lisboa a 05 de julho, visado no comunicado daquele órgão do Comité Central do partido no poder em Angola desde 1975.

Carlos Pacheco disse que a obra resulta de uma década de investigação histórica e que "desmistifica" a "glória" atribuída ao homem que conduziu os destinos do movimento que lutou pela libertação do jugo colonial português em Angola (1961/74). Contudo o livro tem sido fortemente criticado em Luanda, por parte de dirigentes e elementos afetos ao MPLA e da fundação com o seu nome.

"A República de Angola está a ser vítima, mais uma vez, de uma campanha de desinformação, na qual são visadas, de forma repugnante, figuras muito importantes da Luta de Libertação Nacional, particularmente o saudoso camarada Presidente Agostinho Neto", lê-se no comunicado de julho do bureau político.

Na intervenção de hoje, João Lourenço, que falava em representação do chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, sublinhou que Agostinho Neto "será sempre recordado como lutador pela liberdade dos povos" e um "humanista profundo".

"Como atestam as populações mais carenciadas de Cabo Verde, a quem Agostinho Neto tratou gratuitamente, mesmo estando ele nas condições de preso politico. É assim como será sempre lembrado, por muitas que sejam as tentativas de denegrir", afirmou o ministro da Defesa.

"Em contrapartida", disse ainda o governante, os "seus detratores não terão nunca uma única linha escrita na História, porque mergulhados nos seus recalcamentos e frustrações, não deixarão obra feita digna de respeito e admiração".

"Não terão por isso honras de seus povos e muito menos de outros povos e nações. A História encarregar-se-á de simplesmente de ignorá-los, concentremos por isso nossas energias na edificação do nosso belo país", disse João Lourenço, que desde agosto é também o novo vice-presidente do MPLA.

António Agostinho Neto, natural do Bengo (Angola), onde nasceu a 17 de setembro de 1922, formou-se em medicina das universidades de Lisboa e Coimbra e liderou a guerrilha do MPLA contra o colonialismo português. Faleceu em Moscovo, a 10 de setembro de 1979, tendo subido ao poder em Angola o atual Presidente.

LUSA

 

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