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Terça, 18 Junho 2019 22:03

Discurso de abertura do líder do MPLA no congresso extraordinário adotado como documento de trabalho

O discurso proferido pelo líder do MPLA, João Lourenço, na abertura dos trabalhos do 7.º congresso extraordinário do partido, realizado no sábado em Luanda, foi aprovado pelos delegados como "documento de trabalho", indica hoje uma nota oficial.

Num comunicado a dar conta da "resolução geral" do conclave do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), considera-se que a intervenção de João Lourenço, também Presidente da República angolana, "traçou as linhas de ação para os novos tempos" num partido que está a viver um "momento dinâmico e particular".

Nesse sentido, o MPLA refere que João Lourenço reiterou a necessidade de tudo se fazer para que o partido se constitua como um "forte instrumento de ação política de apoio e de suporte às transformações políticas, económicas e sociais que devem ocorrer em Angola".

Para o MPLA, o líder do partido "baixou orientações concretas" que deverão ser de "cumprimento rigoroso" para todos os órgãos e organismos intermédios e nacionais do "Éme", "vocacionando-o para enfrentar com maior fulgor os desafios do futuro, onde se priorizam as eleições autárquicas", previstas para 2020.

Sobre o alargamento da composição do Comité Central - entraram mais 134 membros, que se juntaram aos restantes 363, perfazendo um total de 497 -, o MPLA lembra que João Lourenço o justificou como forma de o tornar "mais consentâneo" com a atual conjuntura de moralização da sociedade, de combate à corrupção e à impunidade, de maior abertura democrática, com reais ganhos no que diz respeito à liberdade de imprensa, de pensamento, de expressão e de manifestação.

"Este congresso, embora extraordinário, passará para a história como aquele que melhor cumpriu com a responsabilidade de garantir pelo menos 40% do género nos órgãos de direção do partido, tendo mesmo ultrapassado aquele que mais rejuvenesceu a sua direção, aquele que, em termos de escolaridade, elegeu para o Comité Central mais membros com formação superior", adianta a resolução geral, que cita as palavras do líder do MPLA.

Sempre a citar João Lourenço, a resolução geral recorre ainda às declarações iniciais do líder do partido quando definiu que os novos desafios do MPLA passam pela necessidade "imperativa" do fomento da produção interna e das exportações e do emprego, do resgate da vida dos municípios e a ambição de conquistar a esmagadora maioria das câmaras no quadro das autárquicas.

No que diz respeito à materialização do principal lema do MPLA, "Melhorar o que está bem, corrigir o que está mal", a resolução geral menciona novamente João Lourenço a destacar a necessidade de se passar das palavras aos atos com "verticalidade moral, sem ceder a pressões, chantagem ou, mesmo, ameaças".

No quadro da transição política em curso no MPLA, os 2.448 delegados presentes, dos 2.560 previstos, "manifestaram plena concordância com a visão" de João Lourenço e assumiram o compromisso de honra de o apoiar "sem reservas".

"Neste contexto, o processo de resgate da pureza do partido, que tem vindo a ser conduzido intensamente pelo líder do MPLA, o camarada João Manuel Gonçalves Lourenço, numa ação sem precedentes, foi firme e inquestionavelmente apoiado pelos delegados ao congresso, numa demonstração clara que o MPLA e os seus militantes estão decididos a romper com as atitudes negativas do passado, promovendo a prática de defesa dos valores da urbanidade, probidade, solidariedade e responsabilidade, lutando sem reservas contra a corrupção, o nepotismo, a impunidade e a bajulação", lê-se no documento.

Na resolução geral, o MPLA reitera o reconhecimento dos esforços que têm sido empreendidos pela Organização das Nações Unidas, a União Africana e outras organizações internacionais em prol da resolução pacífica dos conflitos, particularmente em África, visando a preservação da paz e da estabilidade, fatores importantes para a promoção do desenvolvimento harmonioso e a consequente redução das desigualdades e da pobreza.

Após o xongresso, o novo Comité Central, na sua primeira reunião ordinária, elegeu o Bureau Político, alargado de 55 para 72 membros, bem como escolheu Paulo Pombolo como secretário-geral do MPLA, substituindo Boavida Neto, em listas únicas definidas por João Lourenço.

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