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Domingo, 04 Outubro 2020 11:13

Início do ano letivo vai aumentar crescimento abrupto da covid – 19

Quando os nossos dirigentes decidiram iniciar o ano letivo, num momento que a cada dia que se passa observa – se a marcha progressiva da covid – 19, numa velocidade furiosa, estão apenas à mandar à cova a maior parte da sociedade angolana

Até, parece que, os dirigentes angolanos escusam – se do pensamento racional para elevar a primazia emocional e fazer desta no único meio de governo. Como é que o Estado angolano atreveu – se à declarar o início do ano lectivo no dia 5 de Outubro num momento em que, o Próprio Presidente da República veio à tona assumir publicamente que o dinheiro que havia em posse terá sido todo utilizado no combate à pandemia?

Num momento em que o Banco Mundial afirma não ter mais recursos monetários para ajudar o País no combate à pandemia? Onde é que o Estado irá tirar dinheiro para fazer face ao aumento progressivo do número de casos de covid – 19 caso as escolas abram no dia 5 de Outubro?

A abertura do ano letivo, somente irá dar lugar ao crescimento abrupto da pandemia em Angola, nada mais além disso, as crianças irão se infectar, e desde logo, levarão a doença às casas, em casa por sua vez acabarão por infectar os pais, não é a perda de um ano letivo que deve tornar – se meio imperativo para o alastramento da doença em Angola, tal quanto expressa o adágio: “é melhor perder um minuto na vida, que a vida num minuto.”

Os Estado Angolano deveria dotar – se de inteligência, pois que, ninguém morre por perder um ano lectivo, porém, se as crianças forem às escolas (cito primeiro ciclo e segundo ciclo) muitas das quais morrerão e nunca mais terão oportunidade de voltar à estudar um dia. Não é a formação que antecede a vida, mas a vida que antecede a formação, estudamos para satisfazer os interesses da vida e não o contrário, neste âmbito, é melhor ser analfabeto e vivo que ser diplomado e morto. Num quadro destes, tão alarmante, não se admite que o Estado tome como ponto de ordem iniciar o ano acadêmico, isso é mandar a cova o povo angolano. Antes vivermos sem estarmos formados, e nos formarmos face à um risco eminente de morte, a formação não é superior a vida do povo angolano.

Postos assim as coisas, e para começarmos a ver os efeitos da irracionalidade nos planos macabros dos nossos dirigentes, será pois, o aumento progressivo da taxa de morbilidade por covid – 19, bem como da taxa de mortalidade pela mesma doença. Podemos deduzir da hipótese proposta de abertura do ano lectivo, haver um pensamento sem nexo, despido de silogismo, um pensamento sem pernas para andar. Com as escolas a sofrerem os piores problemas no âmbito da carência sanitária, com casas de banho entupidas, sem água corrente, sem sabão em líquido, sem papel toalha, sem álcool em gel, com ausência total de transportes públicos, considera – se numa tremenda loucura iniciar o ano lectivo nestas condições.

As escolas em Angola, estão a passar aquilo que chamamos de caos perfeito, faltando todas as condições de subsistência como casa do saber, até as condições mínimas de lavagem das mãos. As salas de aulas são superlotadas, em cada sala permanecem perto de 100 à 150 alunos, em cada carteira sentam três à quatro estudantes, em muitas escolas do País (refiro – me as escolas estatais, não aos colégios). Dum outro lado, está a carência nutricional que muitos dos angolanos apresentam, com a péssima alimentação que muitos têm, vêm o seu sistema imunológico completamente deprimido à custa da péssima alimentação. Desde logo, é inconcebível que os nossos dirigentes possam dar início ao ano lectivo, num País onde até transportes públicos não existem. Não há juízo para perceber isso.

Talvez a pressão dos barões dos colégios e das universidades (generais, ministros, comissários, etc, etc) tenha movido os dirigentes angolano à irracionalidade, ao ponto de iniciarem o ano lectivo num momento em que a pandemia está a complicar – se à cada dia que se passa, o medo de falir o negócio dos generais e demais cidadãos da esfera do poder em Angola, levou o Estado angolano a preferir sacrificar a vida do povo para manter em pé o negócio dos dirigentes angolanos (colégios e faculdades). Na verdade, Angola não apresenta condições para dar avante o início do ano lectivo, são os negócios dos dirigentes que estão na sombra da falência (colégios e universidades) que leva o Estado a sacrificar a vida do povo angolano para o bem de uma única classe elitizante.

Por João Henrique Hungulo

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