Nós mesmos, quando digo nós, refiro-me á mim mesmo e mais alguns poucos mais seguros, e confiantes amigos que vivem com grande intensidade como eu. Os problemas com que os angolanos se debatem vivendo dentro e fora de Angola resolvemos fazer um inquérito á que chamamos de inédito. Inédito porque não é fácil se fazer um trabalho destes num país como Angola.
Ainda com algumas características de republica de informantes que foi durante os quase 40 anos de gestão por parte de José Eduardo Dos Santos. E muito embora algumas línguas inflamadas se justamente ou não, dizerem João Lourenço ser mais sacana e pior do que José Eduardo Dos Santos.
Verdade se diga, não nos deparamos com isto no terreno de 2017 até 2019 quando concluímos a primeira parte deste inquérito, mesmo apesar do medo de haver mais ameaças e perseguições. Apesar da malta envolvida ter utilizado muitos truques e fintas antes ensaiadas e treinadas para iludir, e não darem nas vistas de que se estava efetuando um inquérito não oficial
Ou seja, não ordenado nem autorizado pelo estado angolano, que essas coisas nunca autorizam, porque têm sempre algo a esconder, mesmo não estando na lei para que não se autorize. Era impossível todos os nossos planos obedecerem a á mais perfeita camuflagem. Uma vez que o perfeito não existe, mas obedeceu, sim vos garanto rigorosamente ao que foi possível no terreno e nas circunstancias.
Resta-me desde já parabenizar os awilos que facilitaram este trabalho, alguns até tinham aproveitado as suas férias em Angola saídos de diversos países, pelo grande jeito que deram. Pois era preciso se ter uma ideia exata sobre afinal qual é a parcela de angolanos. Que ainda assim apoia o MPLA mesmo apesar desta desgraça toda causada contra o país e contra os próprios angolanos?
Obrigado pela colaboração awilos (amigos).
Ficou provado de que afinal para se funcionar como vocês fizeram não é preciso se pertencer ao Scotland Yard, Interpol, Cia, Mossad, Kgb, Bope. E nem a uma Swat que já inspirou séries, filmes e videogames ganhando tamanha popularidade nos dias de hoje por exemplo, obrigado mais uma vez pela colaboração awilos.
O inquérito
Foi feito inquéritos em lanchonetes, mercados, escolas, igrejas, nos táxis, no exército, na polícia, em universidades, em combas. Na secreta, em supermercados, na guarda presidencial, nos bombeiros, na classe médica, na função pública, nas embaixadas angolanas, em discotecas. E curiosamente até mesmo em alguns putedos (casas) de prostitutas que visitamos ansiosos em sabermos que simpatia as nossas irmãs kwarras tinham pelo MPLA.
Quem são afinal os que apoiam o MPLA?
O MPLA não tem apoio quase nenhum, é cada vez mais tão mal falado a grande prova disto mais evidente se constatou nos táxis.
Não havia dias em que não se ouviam conversas se falando tão mal justamente do partido no poder, parecendo que já ninguém tem medo, nas lanchonetes, nos mercados, nos combas e nas universidades. Com cada dez pessoas com quem falamos nestes locais, sete falaram mal do MPLA.
E saltou-nos às vistas o facto de civis de tradição liberal serem mesmo de opinião, de que para bem de Angola e dos angolanos veriam com bons olhos o desaparecimento do MPLA do panorama político.
Quem são afinal os que apoiam o MPLA?
O seu grande apoio maioritariamente é constituído por Ex governantes e seus familiares. Assim como governantes atuais igualmente e seus familiares e uma parcela de funcionários públicos corruptos, mas ainda assim.
Grande parte forçados em muitos casos sob ameaças indiretas de perderem seus empregos obrigados á mobilizarem seus familiares, conhecidos e amigos para apoiarem e gostarem do MPLA mesmo que se fingindo. Importa recordar aqui um caso, ocorrido na Vila Alice onde um general.
Que se acercou de um grupo de jovens que esperavam pelo seu filho para irem fazer uma partida de futebol, neste dia estava programado um comício do MPLA. Este meteu as mãos aos bolsos e pegou num maço de notas e ofereceu aos jovens. Lhes pedindo de seguida seus números de telefone e juramento de que iriam aparecer no comício apoiando o seu MPLA.
A coisa funciona um pouco assim, daí o amontoado de agente que as vezes são vistos nos seus comícios, curioso neste caso os jovens. Até não apareceram, bloquearam o número do tal general para não os incomodar depois, e se desfizeram da relação com seu filho que até era amigo deles. Alguns políticos maioritariamente corruptos, músicos e empresários o que não é de estranhar.
Dado que grande parte dos empresários são eles mesmos, ligados uns aos outros sob várias fachadas e testas de ferro mascarados de quase tudo e mais algumas coisas.
Os militares e policias
Ao contrário do que se acredita às vezes, e se imputar aos homens da farda militares e policias, a culpa na manutenção do estado corrupto, autoritário constituído por amigos, familiares e conhecidos.
Nosso inquérito conclui que no caso de mudança de regime grande parte dos militares sem patentes que são a maioria apoiaria e festejaria. E acredita-se de que 68% já não vota no MPLA desde 1992, por isso, caracterizar a repressão como se fosse unicamente responsabilidade da categoria dos fardados é falso.
Eles também são usados, abusados instrumentalizados, lavados com todas as águas, e quando misturados com liamba e cocaína dão no que temos visto. Eles são forçados pois precisamos não esquecer de que ainda vigora a lei " senhor ordens superiores "
Onde quem não cumpre fica condenado, às vezes até mesmo a ser eliminado num truque qualquer de fabrico puramente nacional.
Continuaremos
Por Fernando Vumby
