Os dados da OMS que apontam para uma percentagem de 47% (do total) de vítimas nestas três semanas têm data de 6 de setembro. A Libéria, com milhares de casos prestes a manifestar-se, é agora preocupação central da organização.
Um anterior relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), com dados atualizados até 5 de agosto, sinalizava 2.105 mortes em 3.967 casos nos países da África Ocidental que estão no centro da epidemia (Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conacri, Nigéria e Senegal).
O documento mais recente, publicado esta semana, sugere o descontrolo nas tentativas de circunscrição do vírus, numa imagem numérica clara de que a quarentena e o encerramento de fronteiras não estão a produzir os efeitos desejados pelos responsáveis da região. Os últimos 21 dias contêm o registo de mais de metade das vítimas do actual surto do Ébola: 2.296 mortos em 4.293 infeções.
Trata-se de uma progressão vertiginosa da mortalidade do vírus, sabendo-se que nos cinco meses do período de março a agosto o Ébola havia reclamado 2.105 vidas em 3.967 casos de infeção. O cenário encontra paralelo na Nigéria, onde das oito mortes, quatro produziram-se nestas três semanas.
“A progressão de casos continua a acelerar em países onde a contaminação ocorre em larga escala e intensamente: Guiné, Libéria e Serra Leoa”, adverte o relatório libertado segunda-feira pela OMS.
A Libéria é um caso particularmente preocupante, uma vez que milhares de casos podem vir a declarar-se em breve e o país já não dispõe de camas para caolher os doentes.
Nos três países que estão no olho do furacão (Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri), 47% dos casos mortais e 49% das novas infeções tiveram registo nas últimas três semanas.
LUSA