Angola subiu dois lugares no ranking que identifica os países mais corruptos do mundo, ocupando agora a 165.ª posição, e mantém-se juntamente com a República Democrática do Congo como os membros da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) com o nível mais elevado de percepção de corrupção no sector público, revela o Índice de Percepção de Corrupção (IPC) divulgado esta semana.
O documento elaborado pela Transparency International (TI) avalia 180 países e territórios segundo os níveis de percepção de corrupção no sector público, usando uma escala de zero a 100 pontos, em que zero qualifica um país/território como "altamente corrupto" e 100 um "totalmente livre de corrupção". De acordo com o índice, em 2018, Angola manteve os 19 pontos alcançados no ano anterior, os mesmos obtidos pela RDC e pelo Chade.
Na análise ao continente africano, o relatório revela que "Angola, Nigéria, Botsuana, África do Sul e Quénia são países a observar, tendo em conta alguns desenvolvimentos políticos promissores. O verdadeiro teste será se essas novas administrações seguirão os seus compromissos anticorrupção".
Quanto a Angola, o IPC refere que João Lourenço está a promover reformas e a combater a corrupção desde que assumiu o cargo em 2017, "demitindo mais de 60 funcionários do Governo", incluindo Isabel dos Santos, filha do seu antecessor Eduardo dos Santos, que deixou a liderança da Sonangol meses após a tomada de posse de Lourenço.
O relatório sobre o índice destaca ainda o facto de Filomeno dos Santos, também filho do ex-Pr, ter sido acusado no âmbito de um processo que envolve uma "transacção fraudulenta de 500 milhões USD". No entanto, revela o relatório, "o problema da corrupção em Angola vai muito além da família dos Santos. É muito importante que a actual liderança mostre consistência na luta contra a corrupção em Angola". (...) Expansão