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Quinta, 27 Março 2014 16:50

Angola possui 3.541 médicos e 34.300 enfermeiros - Ministro da Saúde

Angola possui 3.541 médicos, incluindo profissionais ligados à cooperação com outros países, 34.300 enfermeiros e 6.414 técnicos de diagnóstico e terapêutica, números insuficientes para atender toda a população, disse ontem, em Luanda, o ministro da Saúde, José Van-Dúnem.

O ministro, que discursava na abertura do Seminário Nacional da Política de Recursos Humanos da Saúde, explicou que muitos municípios dispõem apenas de dois médicos, o que torna a situação preocupante e urge, por isso, propor o ingresso no Serviço Nacional de Saúde de recém-licenciados em Medicina e Enfermagem.

José Van-Dúnem salientou que é necessário promover e investir em especializações médicas que possam garantir o alcance dos objectivos propostos em áreas prioritárias como Ginecologia-Obstetrícia, Pediatria, Cirurgia, Medicina Interna, Médicos de Família, Cardiologia, Ortotraumatologia, Intensivista, Patologias,Clínicos e Anestesistas e técnicos nas áreas de Radiologia e Cardiopneumologia.

O ministro referiu que a nível da formação permanente vão-se manter os núcleos de formação nas províncias e municípios. No domínio da pós-graduação, prosseguiu, vão ser reforçados internatos médicos no interior do país, preparados programas de especialização para outras profissões não-médicas e vai ser proposta a introdução de novas carreiras no sector, como a de administrador hospitalar, de estatísticos, biomédicos e secretariados clínicos. 

José Van-Dúnem reconhece que os recursos humanos no seu ministério estão mal distribuidos, não se sentem bem remunerados e não são fixados onde fazem mais falta. Por isso, disse, está a ser discutido o Plano Nacional de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Saúde. A realização deste seminário, frisou, é o passo pré-final para a concretização do que deve ser feito a nível dos recursos humanos do sector.

De acordo com o ministro, deve estender-se a todo o país o observatório de recursos humanos da Saúde, por ser um instrumento importante de gestão e planificação da área. Sobre a falta de humanização no sector da Saúde, José Van-Dúnem disse que há uma série de intervenções que estão a ser feitas a nível da formação de profissionais. “Se os profissionais estiverem bem formados estão mais à vontade para dialogar com os pacientes, explicarem aos familiares o que os doentes têm e o que se espera da família para melhorar a condição de vida dos pacientes”, declarou.

Questionado sobre a falta de condiçoes e espaço nas morgues de Luanda, José Van-Dúnem admitiu que as morgues não têm todas a mesma qualidade. “Existem morgues que funcionam muito bem, como é o caso da Morgue do Hospital Américo Boavida, e existem outras que, pela sua dimensão, funcionam muito mal, como é caso da Morgue Central de Luanda”, disse.

“Para se pôr cobro à situação, foi criada uma comissão multissectorial integrada por membros do Ministério da Saúde e do Governo da Província de Luanda para em conjunto encontrarmos uma solução definitiva para melhorar as condições da Morgue Central de Luanda”, explicou o ministro.

Ganhos da Paz

No tocante aos ganhos que o sector da Saúde teve durante os 12 anos de paz, José Van-Dúnem disse que foram muitos, começando pelo aumento da rede sanitária em todo o país. “Hoje encontramos profissionais de Saúde em todas as províncias, apesar de necessitarmos de mais, mas ainda assim o número de médicos triplicou”, disse o ministro da Saúde, acrescentando que foram criadas seis faculdades públicas de Medicina, facto que vai permitir que daqui em diante sejam lançados no mercado mais médicos.

O ministro da Saúde realçou que o seu sector tem um acordo de cooperação com Cuba para o envio de cem médicos angolanos por ano para especialização naquele país.

Também foram construídas escolas técnicas de enfermagem em todas as capitais provinciais, disse o ministro, salientando: “Do ponto de vista de Recursos Humanos estamos a preparar-nos para que dentro de cinco anos possamos dar resposta efectiva às nossas populações.”

Com o programa de municipalização dos serviços de Saúde, frisou o ministro, estão a ser dados recursos financeiros para que as unidades sanitárias dos municípios entrem em pleno funcionamento e aquelas que estavam paradas sejam reparadas e continuem a oferecer serviços de Saúde.

“Igualmente nos esforçamos para oferecer a nível dos grandes hospitais serviços que não existiam em quantidade, como é o caso da hemodiálise noutras províncias além de Luanda, e a oferta de serviços de cirurgia cardíaca no Hospital Josina Machel”, concluiu o ministro.

JA

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