"A Nação já virou a página. Vamos continuar concentrados na preparação de eleições livres, honestas e credíveis este ano. O antigo presidente tem o direito de se exprimir livremente como qualquer cidadão", afirmou Emmerson Mnangagwa, num comunicado divulgado hoje pela Presidência zimbabueana.
Na quinta-feira à noite, na televisão oficial, Mugabe acabou com o silêncio a que se remeteu desde que foi obrigado a resignar, em novembro de 2017, disse ter sido vítima de um "golpe de Estado" e acusou o seu sucessor de "trair toda a Nação".
Após 37 anos de poder absoluto à frente do Zimbabué, Mugabe, que festejou este mês o 94.º aniversário, foi obrigado a demitir-se a 21 de novembro de 2017, deixado cair pelas forças armadas, em que sempre se apoiou, e pelo próprio partido que liderava, a União Nacional Africana do Zimbabué -- Frente Patriótica (ZANU-PF).
Poucos dias depois, foi substituído por Mnangagwa, seu antigo vice-presidente, que exonerara três semanas antes, seguindo os conselhos da mulher, Graça Mugabe, que nunca escondeu a intenção de suceder ao marido na presidência do país.