A legenda adversária de esquerda PS (Partido Socialista) aparece com 28,66% e 77 deputados. Já o partido populista de extrema-direita Chega ficou em terceiro lugar, com 18,06% e 48 deputados, quase triplicando seu resultado da última eleição no início de 2022, quando obteve 7,2%. Ele fez campanha com uma mensagem antiestablishment, prometendo varrer a corrupção, e de hostilidade ao que considera uma imigração "excessiva".
Os resultados estavam em linha com as pesquisas de boca de urna divulgadas após o fechamento das seções eleitorais às 20h (horário local). O comparecimento às urnas foi de quase 65%, um aumento acentuado em relação aos 51,5% registrados em 2022.
"É o fim do sistema bipartidário", disse o líder do Chega, André Ventura, aos repórteres, referindo-se ao PS e ao Partido Social Democrata (PSD), que comanda a recém-criada Aliança Democrática. Os dois partidos têm se alternado no poder desde o fim da ditadura fascista, há cinco décadas.
A votação de domingo mostra claramente que os portugueses querem um governo de coalizão entre a AD e o Chega, acrescentou Ventura.
No entanto, até o momento, a AD descartou qualquer acordo com o Chega, o que poderia resultar em um governo de minoria instável que os parlamentares de extrema-direita poderiam derrubar a qualquer momento.
O secretário-geral do PS afirmou hoje que os socialistas viabilizam um Governo minoritário da AD, não votando qualquer moção de rejeição a esse executivo, mas frisou que irá liderar a oposição e não o suportará no parlamento.
Esta linha dos socialistas foi transmitida por Pedro Nuno Santos em resposta a perguntas dos jornalistas, depois de ter assumido a vitória da AD (Aliança Democrática) nas eleições legislativas.
Tal como já fizera na pré-campanha, o líder socialista reiterou que o PS não votará qualquer moção de rejeição que seja apresentada no início da nova legislatura a um Governo minoritário da AD, porque não tem condições para apresentar um executivo alternativo.