Sexta, 26 de Abril de 2024
Follow Us

Sábado, 18 Janeiro 2014 14:20

13 vítimas de acidente do avião da LAM foram identificadas

Acidente do avião da LAM de 29 de Novembro está longe de ter um desfecho. Das 33 vítimas, 13 foram identificadas. Nenhuma é angolana.

Um mês e meio após a queda do avião da LAM na Namíbia, apenas 13 dos 33 passageiros que morreram no acidente foram identificados. A informação foi dada ao SOL pela Kenyon International Emergency Services, empresa contratada pela transportadora moçambicana e que gere situações de desastres e catástrofes naturais.

Segundo a Kenyon, “estas identificações foram conseguidas através de comparações de registos dentários e de impressões digitais”. A empresa – que já trabalhou em cenários como o tsunami de 2004, o furacão Katrina em 2005 e o terramoto do Haiti em 2010 – adiantou ainda que estes reconhecimentos positivos abrangem “quatro das seis nacionalidades” a bordo do voo da LAM, que fazia a ligação entre Maputo e Luanda e caiu no Norte da Namíbia a 29 de Novembro.

A Kenyon não quis, no entanto, adiantar todas as nacionalidades identificadas, dizendo apenas que incluem portugueses. Na semana do Natal, decorreram em Portugal as cerimónias fúnebres de um ex-atleta português e de um empresário luso-brasileiro.

Uma terceira vítima lusa foi identificada ainda no ano passado, mas o repatriamento dos seus restos mortais sofreu um atraso, segundo a Kenyon, “devido a uma alteração no voo da Air Namibia entre Windhoek e a Europa. A companhia aérea pediu posteriormente desculpa pelo atraso a todos os envolvidos”. Entre os passageiros havia moçambicanos, portugueses, um francês, um chinês, um luso-brasileiro e angolanos.

A representar a LAM no processo e dando apoio ao Instituto Nacional de Ciências Forenses da Namíbia – que conduz o processo de identificação dos corpos –, a Kenyon garantiu também que “a equipa forense multinacional reunida em Windhoek vai continuar o trabalho até que todos os restos mortais tenham sido identificados”.

Da mesma forma, a empresa explicou que os bens pessoais de passageiros e tripulação, recolhidos no local do acidente, estão “à guarda das autoridades namibianas porque fazem parte da investigação”. Mas a sua devolução está em vias de acontecer.

Processo complexo

A morosidade de todo o processo deve-se à complexidade que os investigadores enfrentam nas identificações. Como explicou na semana passada José Bravo, conselheiro da Embaixada de Angola na Namíbia e coordenador da Comissão de Investigação do Acidente, os peritos recolheram 603 restos humanos no local do sinistro, na Namíbia.

O responsável reuniu-se à porta fechada na sexta-feira da semana passada com familiares das vítimas angolanas, que não foram identificadas. E numa conferência de imprensa pediu “paciência” às famílias.

José Bravo explicou ainda que foram recolhidas amostras de ADN – entretanto enviadas para Portugal – dos familiares dos sinistrados. A partir destas amostras será elaborado o perfil genético de cada familiar, o que se espera possa acontecer até ao início da próxima semana. O passo seguinte será a comparação com o perfil genético de cada vítima.

Os cruzamentos de ADN são a técnica a que os investigadores recorrem quando não é possível fazer comparações de registos dentários e de impressões digitais. No entanto, em Angola, só agora se recorreu a este procedimento. Os familiares das vítimas portuguesas, por exemplo, deram amostras de ADN nos dias subsequentes ao desastre.

Sobre as causas do acidente, permanecem inconclusivas. A 21 de Dezembro, o Instituto de Aviação Civil de Moçambique revelou pormenores da investigação preliminar, que apontava para manobras intencionais do piloto para despenhar a aeronave. A LAM disse na altura aguardar o relatório final, que ainda não foi divulgado.

sol.pt/A24

Rate this item
(0 votes)