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Domingo, 22 Março 2015 14:10

Kyaku Kyadaff atesta popularidade no primeiro grande show da carreira

Luanda - O Centro de Conferência de Belas, em Luanda, foi o palco, e o público preencheu ao limite o local que marcou o primeiro grande show da carreira de Kyaku Kyadaff. Amigos, colegas, família e, acima de tudo, fãs renderam-se na noite deste sábado (21) aos reflexos de uma estrela de Mbanza Congo que agora brilha por todo céu de Angola.

O mês (Março) que celebra a vida da mulher, a dedicação do pai e nos orienta sobre a importância da árvore neste planeta revoltado, passou desde a noite deste sábado a abarcar significado peculiar à vida de Kyaku da Fineza Fernandes, ou melhor e mais extensivo, Kyaku Kyadaff.

Jovem franzino, simpático e de trato fácil. Calado, a aparência não abona ao seu favor, mas ainda bem que o aspecto não dita talento e competência, ainda mais depois da “lição” de humildade que o artista deu durante o seu primeiro grande concerto. Nos intervalos de cada música, reservava sempre alguns segundos para falar, sem preconceitos, dos caminhos que teve de percorrer até aquele momento.

Da fidelidade dos companheiros de faculdade, do suporte da esposa, das orientações dos pais e tios durante o seu amadurecimento enquanto homem. Mas tudo isso aconteceu no decurso do show. Vamos ao começo.

O espectáculo teve início 30 minutos depois da hora anunciada (20h). Mesmo assim, por fora via-se ainda uma corrente longa de pessoas que preenchia todo o percurso que leva ao Centro de Conferência de Belas, local da acção. Por dentro, olhares atentos ao palco denotavam ansiedade, enquanto elementos da banda ocupavam cada um o seu instrumento. Pormenores acertados, nada mais faltava senão a presença daquele por quem todos esperavam: “Kyaku Kyadaff”, e assim anunciou o mestre-de-cerimónias.

O tema de abertura foi dedicado às vítimas da chuva que fustigou a cidade do Lobito, na província de Benguela. Música e letra de Kyaku Kyadaff, a mesma foi criada pouco mais de uma semana a propósito do desastre. “Tudo suportamos, porque juntos somos mais fortes”, assim é o refrão que só não foi acompanhado pelo público porque estava a ser apresentada exclusivamente naquele momento, mas notava-se comoção, enquanto alguns arriscavam-se ao descompasso e a pronúncia de palavras que nem sequer fazem parte da letra.

“Boa noite. Espero que estejam todos bem. Não pude ficar alheio ao que aconteceu aos nossos irmãos do Lobito. Porém, gostei da corrente solidária, e eu, claro, não pude ficar alheio ao que aconteceu. Esta música é o meu contributo para ajudar a atenuar a nossa dor”, disse o músico.

Os minutos que e seguiram foi preenchido por canções do seu ainda curto repertório. “Me Chamam de Pacheco”, “Noite Na Galileia”, Relógio biológico”, “Se Hungwile” e “Ba N'Ta Ambikidi Muana”, esta da autoria de Teta Lando.

Da lista de convidados da noite, o quinteto de humor “Tunezas” foi o primeiro a subir ao palco onde permaneceu durante 15 minutos. Seguiram-se, intercaladamente, Dodó Miranda, Yola Semedo e a emblemática Ary, cuja canção interpretada (Paga que Paga) foi escrita por Kyaku Kyadaff e conquistou em 2014 o Top dos Mais Queridos, concurso realizado anualmente pela Radiodifusão Nacional de Angola (RNA) que premeia, em função de votações, os artistas mais admirados pelo público.

Esgotadas as participações, quase nada mais faltava para dar como encerrado este capítulo na vida daqueles que aí se achavam. Do músico ao público, passando pela equipa de produção à de segurança, em fim, já se sentiam os reflexos do sentido de dever cumprido.

Mas a última cartada ainda estava por vir. A gota de água, o golpe de misericórdia que faltava para atribuir ao show o selo de excelência eram dados com o tema “Entre Sete Sete Rosas”… O músico nem se deu ao trabalho de a interpretar. O público pôs-se em pé, como se já tivessem ensaiado semanas atrás de semanas.

Cantaram da primeira à última sílaba, enquanto o Kyaku olhava atónito e incrédulo à cena digna de arrancar lágrimas de comoção a qualquer ser terreno.

Após o show, Kyaku Kyadaff continuava ainda emocionado com a experiência. Disse, em entrevista à Angop, que o espectáculo ultrapassou as suas expectativas e que o rumo a seguir levá-lo-á a uma digressão às províncias do país.

No camarim, o cenário era de festa. Colegas de profissão cumprimentavam-no e fãs mais acérrimos aguardavam-no para fotos e assinatura de autógrafos. Entre as cortinas que separam o palco do camarim surgiu também Chico Viegas, a quem é atribuída a produção dos sucessos cantados nesta noite. Naquele momento, Kyaku Kyadaff apressou-se a abraça-lo em tom de agradecimento.

Espectáculo do músico Kyaku KyadaffEspectáculo do músico Kyaku Kyadaff

ANGOP

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