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Sexta, 12 Agosto 2016 10:52

BNA vendeu 27 milhões de dólares por dia aos bancos comercias em junho

Os bancos angolanos compraram 27 milhões de dólares (24,1 milhões de euros) por dia em divisas em junho, menos 66 por cento face ao mesmo mês de 2015, devido à quebra nas receitas petrolíferas.

Os dados, compilados hoje pela agência Lusa, resultam de um relatório mensal do Banco Nacional de Angola (BNA), que refere que em todo o mês de junho os bancos compraram 810,41 milhões de dólares (725 milhões de euros) em divisas no mercado cambial.

Deste total, as vendas do BNA ascenderam a 692,65 milhões de dólares (619 milhões de euros), enquanto os restantes 117,76 milhões de dólares (105,4 milhões de euros) foram adquiridos diretamente a clientes, essencialmente petrolíferas que operam no país.

Em todo o mês de junho mas de 2015, os bancos angolanos compraram 2.428 milhões de dólares (2.173 milhões de euros) de divisas, o equivalente a 73 milhões de euros por dia.

Apesar da quebra de 66,6% face ao mesmo mês do ano anterior, os bancos angolanos até viram o acesso a divisas crescer 3,28% entre maio e junho últimos, segundo o BNA.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50%) das receitas com a exportação de petróleo devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade. 

A conjuntura nacional levou a uma forte quebra na entrada de divisas no país e a limitações no acesso a moeda estrangeira aos balcões dos bancos, dificultando as importações. 

A taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, permaneceu inalterada, nos 166,714 kwanzas por cada dólar e nos 186,268 kwanzas por cada euro.

Contudo, no mercado de rua, a única alternativa, embora ilegal, face à falta de divisas aos balcões dos bancos, a nota de um dólar continua a ser transacionada à volta dos 580 kwanzas.

Na revisão do Orçamento Geral do Estado de 2016, em curso, o Governo prevê desvalorizar a moeda nacional até aos 215,5 kwanzas por cada dólar norte-americano e aumentar a injeção semanal de divisas nos bancos. 

A falta de divisas dificulta por exemplo a transferência de salários dos trabalhadores expatriados, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

Só de trabalhadores expatriados portugueses estão retidos, segundo o Governo de Portugal, cerca de 160 milhões de euros de vários meses de salários por transferir para contas nacionais (em divisas).

Lusa

 

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