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Terça, 14 Junho 2016 15:07

FMI pede mais medidas em Angola e antecipa recuperação “modesta” em 2017

Fim das subvenções aos combustíveis e condições monetárias em Angola fizeram disparar inflação até aos 29,2% em maio.

A equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) que esteve em Angola a debater o programa de financiamento alargado (EFF) solicitado por Luanda alerta que o país vai continuar “severamente afetado” pelo choque petrolífero, antecipando que a economia vai continuar em desaceleração pelo menos até ao próximo ano.

A missão do FMI a Angola foi liderada por Ricardo Velloso e esteve em Luanda entre 1 de junho e 14 e junho “para efetuar discussões relativas” ao EEF com as autoridades, tendo reunido com o vice-presidente do país, o ministro das Finanças e o governador do Banco Nacional de Angola.

“A economia angolana continua a ser severamente afetada pelo choque dos preços do petróleo dos últimos dois anos. O crescimento económico abrandou para 3% em 2015, o que foi determinado pelo acentuado abrandamento do sector não petrolífero”, aponta o comunicado da missão do FMI.

Os técnicos do fundo avançam que a inflação registada no país em maio foi de 29,2%, justificando esta evolução com a “a eliminação das subvenções aos combustíveis e a condições monetárias laxas”. O FMI lembra ainda a desvalorização acumulada pelo kwanza desde setembro de 2014, que já supera os 40% face ao dólar.

O futuro: austeridade e crescimento moderado em 2017

Segundo as primeiras conclusões da missão do FMI, a segunda metade do ano de 2016 continuará a ser de dificuldades para a economia angolana “apesar do aumento no preço do petróleo” das últimas semanas. “As perspetivas para 2016 permanecem desafiadoras”, dizem os técnicos do Fundo, referindo mesmo que “a atividade económica deverá desacelerar ainda mais”.

O FMI prevê que só em 2017 é que a economia inicie um trajeto de alguma melhoria mas isto apenas “caso os termos de troca de Angola continuem a melhorar e a escassez de divisas (…) seja resolvida”. E mesmo neste caso, a economia não recuperará de forma significativa, com o FMI a vislumbrar não mais do que uma “recuperação modesta em 2017”.

Mas a aproximação das eleições de 2017 poderão trazer incentivos negativos para a gestão das Finanças do país, diz o FMI, que pede mais medidas de ajustamento a Luanda. “O esforço fiscal substancial realizado no último ano foi uma etapa importante para apaziguar as preocupações de sustentabilidade fiscal e da dívida pública. Todavia, são ainda necessárias mais medidas para reduzir as vulnerabilidades e será fundamental manter a prudência fiscal com a aproximação das eleições de 2017”, pedem os técnicos.

O FMI pede igualmente que as autoridades locais avancem para o “fomento de um setor financeiro forte e um ambiente de negócios favorável” para ajudar a puxar pelo setor privado no país, setor que deverá ser o driver do crescimento económico. O FMI procura que o executivo de Luanda incentive a poupança e o investimento privado, elementos “que constituirão o alicerce para uma diversificação económica conduzida pelo setor privado”, recomendando ainda mais eficiência e transparência no setor 

Os técnicos do fundo avançam que a inflação registada no país em maio foi de 29,2%, justificando esta evolução com a “a eliminação das subvenções aos combustíveis e a condições monetárias laxas”. O FMI lembra ainda a desvalorização acumulada pelo kwanza desde setembro de 2014, que já supera os 40% face ao dólar.

O futuro: austeridade e crescimento moderado em 2017 

Segundo as primeiras conclusões da missão do FMI, a segunda metade do ano de 2016 continuará a ser de dificuldades para a economia angolana “apesar do aumento no preço do petróleo” das últimas semanas. “As perspetivas para 2016 permanecem desafiadoras”, dizem os técnicos do Fundo, referindo mesmo que “a atividade económica deverá desacelerar ainda mais”. 

O FMI prevê que só em 2017 é que a economia inicie um trajeto de alguma melhoria mas isto apenas “caso os termos de troca de Angola continuem a melhorar e a escassez de divisas (…) seja resolvida”. E mesmo neste caso, a economia não recuperará de forma significativa, com o FMI a vislumbrar não mais do que uma “recuperação modesta em 2017”. 

Mas a aproximação das eleições de 2017 poderão trazer incentivos negativos para a gestão das Finanças do país, diz o FMI, que pede mais medidas de ajustamento a Luanda. “O esforço fiscal substancial realizado no último ano foi uma etapa importante para apaziguar as preocupações de sustentabilidade fiscal e da dívida pública. Todavia, são ainda necessárias mais medidas para reduzir as vulnerabilidades e será fundamental manter a prudência fiscal com a aproximação das eleições de 2017”, pedem os técnicos. 

O FMI pede igualmente que as autoridades locais avancem para o “fomento de um setor financeiro forte e um ambiente de negócios favorável” para ajudar a puxar pelo setor privado no país, setor que deverá ser o driver do crescimento económico. O FMI procura que o executivo de Luanda incentive a poupança e o investimento privado, elementos “que constituirão o alicerce para uma diversificação económica conduzida pelo setor privado”, recomendando ainda mais eficiência e transparência no setor público. 

Os técnicos do FMI ainda voltam a Angola durante o segundo semestre do ano “para discussões adicionais relativas ao apoio por um programa EFF e às consultas de 2016 relativas ao Artigo IV”. 

© Lusa

 

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