De acordo com o mais recente boletim preliminar sobre o comportamento das receitas correntes, o setor petrolífero assegurou, até agosto, mais de 1.843 mil milhões de kwanzas, o equivalente a 14,7 mil milhões de euros.
Já o setor não petrolífero representou, no mesmo período, receitas na ordem dos 800 mil milhões de kwanzas, cerca de 6,3 mil milhões de euros.
Face a estes números, segundo cálculos da Lusa, a receita petrolífera teve um peso de 70% no total de cobrança arrecadada pelo Estado angolano até agosto, confirmando as dificuldades do primeiro semestre do ano, com a redução da produção nacional.
Os dados continuam também a evidenciar a forte dependência da exportação de petróleo por parte de Angola nas receitas nacionais, apesar da posição oficial do Executivo, de diversificação da economia.
A 15 de outubro, no anual discurso sobre o estado da Nação, o Presidente angolano voltou a enfatizar a necessidade de desenvolver os restantes setores produtivos nacionais, a propósito da quebra da produção e na cotação internacional do petróleo.
Para o chefe de Estado angolano, a "sustentabilidade" do desenvolvimento do país "pressupõe a necessidade de reduzir a atual dependência da nossa economia do petróleo bruto".
"Diversificar a atividade económica e a produção, em particular, é, pois, uma questão crítica, uma tarefa urgente e inadiável, determinante do nosso futuro e de uma mais efetiva independência nacional", sublinhou José Eduardo dos Santos.
Em todo o ano de 2013, de acordo com os dados do Ministério das Finanças, as receitas petrolíferas tiveram um peso de 76% nas contas públicas.
Já no passado mês de agosto, o último constante dos dados libertados este mês por aquele ministério, as receitas petrolíferas - cerca de 2,4 mil milhões de euros - subiram 49% face ao mesmo mês de 2013 e 52% face a julho deste ano.
No mesmo mês (agosto de 2014), as receitas do setor não petrolífero foram de um terço - 804 milhões de euros - das da área do petróleo.
Estes indicadores demonstram ainda uma recuperação na produção petrolífera, colocando a produção angolana, segundo o ministério dos Petróleos, em cerca de 1,8 milhões de barris por dia.
LUSA