A cimeira União Africana - União Europeia vai trazer 40 chefes de Estados europeus e africanos à capital angolana para debater o multilateralismo, a cooperação e os conflitos em África e na Europa. Para os activistas angolanos que se batem pelo respeito dos direitos humanos e da liberdade de expressão no país, este é um momento importante para organizar protestos.
Este reunião acontece duas semanas depois de o país ter celebrado os 50 anos da sua independência. Durante as celebrações, vários activistas saíram às ruas para alertar contra a falta do respeito dos direitos humanos e da liberdade de expressão no país tendo sido fortemente reprimidos pela polícia angolana, com pelo menos três pessoas a terem sido mantidas presas durante três dias e outros dois activistas a terem sido detidos durante algumas horas.
Em declarações à RFI, a activista Yared Bumba, diz que a violência policial não vai travar os protestos pacíficos dos angolanos que preparam já acções pacíficas durante o certame com a União Europeia, em Luanda
"Nós estamos a preparar agora uma série de ações cívicas de contestação devido à vinda da Comunidade Europeia, porque como é possível virem a um país de tamanha injustiça e instabilidade? É um problema muito sério. A polícia todos os dias mata. Todos os dias nós temos graves atropelos dos direitos humanos em Angola e com maior incidência aos activistas que não podem ficar sem sair de casa, não podem fazer as suas acções cívicas", disse Yared Bumba.
O grupo de activistas que se manifestou no dia 11 de Novembro já apresentou queixa junto Procuradoria Geral da República angolana devido ao tratamento indevido de três activistas presos antes da manifestação, em Cacuaco, na província de Luanda.
