Américo Cuononoca, deputado e membro do Bureau Político do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), falava à imprensa, no final da reunião extraordinária deste órgão, que aprovou a substituição de Carolina Cerqueira, atual presidente da Assembleia Nacional, por Adão de Almeida, atual ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República.
As razões desta substituição não foram avançadas, tendo Américo Cuononoca sublinhado que o Presidente da República e líder do partido, João Lourenço, tem a sua estratégia e o MPLA o seu plano de trabalho, “por isso não há como explicar isso”.
Segundo o primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, com a aprovação desta resolução pelo Bureau Político do MPLA a direção do partido vai orientar o grupo parlamentar para levar à Assembleia Nacional a proposta de alteração da mesa da Assembleia Nacional.
Nesse sentido, a Assembleia Nacional vai convocar uma sessão plenária extraordinária para se votar a proposta apresentada, frisando que “o presidente também é eleito, independentemente da sua indicação pelo Bureau Político, que faz essa proposta à direção da Assembleia Nacional”.
De acordo com Américo Cuononoca, no regimento da Assembleia Nacional e na Constituição determina-se que “independentemente de o partido propor ou aprovar a candidatura”, a plenária deve obrigatoriamente fazer uma votação.
“Terá de haver uma plenária que vai eleger o novo presidente, ou por mão levantada ou por voto secreto, para efetivamente produzir um documento”, referiu o deputado, destacando que no caso concreto será produzida “uma resolução que legitima o cargo de presidente da Assembleia Nacional”.
Sobre a substituição de Carolina Cerqueira, eleita nas eleições gerais de 2022, o deputado disse que “o povo deve entender que todo o cargo público é como uma cama no hospital, o paciente vai e sai”.
“Não temos razões para explicar por que razão foi removida a atual presidente”, expressou, salientando que o mais importante é entender-se que “os cargos públicos a qualquer altura, de acordo com os planos estratégicos do partido, podem movimentar este ou aquele dirigente para cumprir os objetivos do partido”.
É a primeira vez que um presidente da Assembleia Nacional de Angola é substituído a meio do mandato.

