Cinquenta anos depois da independência, o país ainda enfrenta desigualdades gritantes, corrupção sistémica e promessas de políticas que se repetem a cada eleição. E a pergunta que ecoa é simples, quem realmente sustenta este ciclo?
Chego a uma comclusão de que o problema de Angola não está nos partidos políticos está nos seus militantes. São eles que, movidos por fanatismos cegos, aplaudem mentiras, defendem injustiças e se curvam perante chefes que os veem apenas como degraus para o poder.
Vivemos um tempo em que muitos militantes deixaram de ser cidadãos conscientes para se tornarem servos voluntários do sistema. São como cavalos amarrados a um simples chinelo obedecem sem questionar, acreditando que o poder está no chinelo e não na sua própria dignidade.
Enquanto isso, dirigentes destes partidos vêm com políticas fabricadas, discursos ensaiados e promessas recicladas. Dizem que inauguraram hospitais modernos, mas quando adoecem, voam para clínicas estrangeiras. Gabam-se de abrir escolas, mas os filhos estudam fora. Falam de progresso, mas as suas próprias famílias fogem da realidade que dizem ter mudado.
E o militante? Aplaude. Defende. Justifica o injustificável.
É preciso dizer basta meus senhores! O verdadeiro patriota não é aquele que defende cegamente o seu partido, mas aquele que defende o seu país, mesmo que isso signifique contrariar o partido que ama. Porque amar Angola é ter coragem de apontar o erro, é recusar o engano, é não permitir que a mentira se torne política de Estado.
Um político que mente ao seu povo e foge do próprio sistema que criou é um impostor. Mas o militante que o aplaude, sabendo que está a mentir, é cúmplice da destruição do seu próprio país e chega de ser pior que o tal mentiroso.
O futuro de Angola não será decidido nos discursos de campanha, mas na consciência dos seus cidadãos. De sabermos onde saimos, onde estamos e para onde vamos e como podemos stingir este grande objectivo que é o desenvolvimento. É quando cada militante deixar de ser servo e passar a ser cidadão que o país começará, enfim, a ser livre e a desenvolver.
Por Rafael Morais

