A meritocracia também é entendida como o poder do mérito, ou aquele que tem maior direito, o que merece.
O tema em debate é, onde está o merecimento? E que consequências têm esse merecimento?
Muitas vezes se questiona ao Estado quando define políticas públicas sobre a distribuição da riqueza. Alguns questionam ainda que o Estado não leva em conta o mérito, se não que, com a sua política recompensa àquele que não merece.
Para questionar isso, devemos estar todos partindo de uma origem por igual, uma origem comum, uma igualdade no ponto de partida, que permitirá depois fazer uma avaliação em termos meritocrático. Poder-se-á avaliar qual de todos os indivíduos fez mais esforços que os outros.
Para isso há que supor que o ponto de partida é igual para todos.
A pergunta é: NA NOSSA SOCIEDADE O PONTO DE PARTIDA É IGUAL PARA TODOS?
Porque quando a meritocracia veja como parâmetro o esforço individual, colapsa no momento em que não pode fundamentar ou justificar que todos os indivíduos partiram na mesma situação ou igualdade de condições.
Dar maior importância das habilidades de existência na capacidade individual da pessoa de fazer valer o seu esforço é minimizar o impacto que têm os condicionamentos sociais, económicos, políticos, cultural, de género na sociedade.
Podemos ver que não é o mesmo nascer numa situação de desvantagem, que uma pessoa que nasceu com certa vantagem social que lhe possibilita iniciar a sua vida com uma melhor educação, seguro de saúde, consumos culturais diferentes. E depois no momento de definir a sua inserção no mercado de trabalho, obviamente essa pessoa tem uma grande vantagem que nem todo mundo tem.
Existem indivíduos que a sua alma esteve de casualidade no momento em que os seus progenitores lhe conceberam, de mérito não há nada, ou seja, não há maneira para verificar neste caso o mérito individual.
Deveria ser uma política de Estado que todo mundo tenham a mesma oportunidade.
A meritocracia encobre a necessidade de uma política social concreta que habilite a que todo mundo tenha a sua oportunidade.
Por: Adão Xirimbimbi AGX
Jurista
