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Quarta, 31 Dezembro 2025 14:45

Burkina Faso e Mali interditam entrada de americanos por "reciprocidade"

O Burquina Faso e o Mali proibiram a entrada de cidadãos americanos, anunciando que estão a aplicar a "reciprocidade" às medida de Washington, que anunciou a recusa de vistos para os cidadãos destes países do Sahel.

Desde o seu regresso ao poder, Donald Trump avançou com uma campanha contra a imigração ilegal, endurecendo consideravelmente as condições de entrada nos Estados Unidos e a concessão de vistos, alegando a proteção da segurança nacional.

A 16 de dezembro, a administração americana anunciou o alargamento da lista de nacionalidades ao Burquina Faso, Mali, Níger, Sudão do Sul, Laos, Síria e Serra Leoa, bem como aos cidadãos palestinianos, cujos vistos serão recusados, para "proteger a segurança dos Estados Unidos".

O Burquina Faso e o Mali responderam através de dois comunicados separados, citados hoje pela agência France-Presse.

"Em aplicação do princípio da reciprocidade, o governo do Burquina Faso informa a opinião pública nacional e internacional da sua decisão de aplicar aos cidadãos dos Estados Unidos da América medidas equivalentes em matéria de vistos", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Burquina Faso.

Do lado de Bamako, as autoridades afirmaram que vão "aplicar, por reciprocidade e com efeito imediato, aos cidadãos americanos, as mesmas condições e exigências que foram impostas pelas autoridades americanas aos cidadãos do Mali".

O governo do Mali "lamenta que uma decisão de tal importância tenha sido tomada sem qualquer consulta prévia".

Os dois países do Sahel, governados por juntas militares, são aliados numa confederação que também inclui o Níger.

Defendem uma política soberanista e anti-imperialista, mas mantêm relações globalmente cordiais com os Estados Unidos.

Até ao momento, não houve nenhuma comunicação oficial do Níger sobre o assunto dos vistos, mas, na semana passada, a Agência do Níger informou sobre uma medida semelhante, citando uma fonte diplomática.

As medidas assumidas por Washington visam proibir a entrada no território americano de estrangeiros que "tenham a intenção de ameaçar" os americanos ou aqueles que "possam prejudicar a cultura, o governo, as instituições ou os princípios fundadores" dos Estados Unidos, de acordo com a Casa Branca.

A decisão prevê exceções para residentes permanentes legais, titulares de vistos existentes, certas categorias de vistos, como os emitidos a atletas e diplomatas, e para pessoas cuja "entrada serve os interesses nacionais dos Estados Unidos".

Desde junho, outros 12 países são afetados por estas restrições, principalmente na África e no Médio Oriente: Afeganistão, Birmânia, Chade, Congo-Brazzaville, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.

Em outubro, o Burquina Faso anunciou que se recusaria a acolher pessoas expulsas dos Estados Unidos para países terceiros, outra medida emblemática da política anti-imigração de Trump.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Burquina Faso, Karamoko Jean-Marie Traoré, classificou então essa proposta de Washington como "indecente".

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