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Quinta, 03 Outubro 2019 01:19

Música intitulada “Bacongo” de Yanick (Afroman) estimula o separatismo, o tribalismo e o regionalismo

O tribalismo corresponde à uma corrente cultural segundo a qual os seres humanos estão propensos à viverem em comunidades pequenas vinculadas à mesma tribo comum, ao invés de viverem em sociedades massivas que correspondem a uma conjuntura multifacetada de tribos de variada origem.

O tribalismo advoga a existência de uma única tribo como sendo dominante, é um princípio de segregação tribal, um princípio segundo o qual se enaltece uma tribo como sendo a melhor entre as demais, em detrimento da pátria ou da nação que são princípios que não separam os homens de um determinado espaço geográfico. O termo também é conhecido como Neotribalismo ou tribalismo moderno, com colocações defendidas e elaboradas por Michel Maffesoli.

Em termos de conformidade, tribalismo também pode se referir a uma maneira de pensar ou se comportar, no qual as pessoas são mais leais a sua tribo que qualquer outro grupo social. É uma forma de menosprezo a tribos que lhes são alheia e de elevação a sua tribo como sendo a melhor entre as demais, a única, a soberana, a ideal, a mais útil. É um princípio que visa separar os povos de uma mesma nação através da língua de uma determinada tribo ou de sua cultura, caracterizando esta última como sendo especial e única, e as demais como sendo inúteis.

A música de Yanick afroman, é como diria René Girard “a violência e o sagrado”, estimula ao não mais poder ser a segregação tribal e regional, o separatismo. É uma música pró – tribal e pró – regional, que defende uma tribo em detrimento das outras, diz que a sua tribo é de homens inteligentes e espertos, questiona – se se as demais tribos angolanas são de imbecis e atrasados? Já que a de Yanick é de espertos e inteligentes?

Uma música pró – étnica, que rompe contra os princípios da reconciliação nacional, segundo os quais, todos têm o mesmo valor perante a nação, independentemente de serem da tribo A, B ou C, o facto de serem todos angolanos é o suficiente para todos serem úteis e terem o mesmo valor na nação angolana, não interessando se sejam bacongos, fiotes, ambundos, ovimbundos (umbundos), nhanecas, kwanhamas, nganguelas, kiokos, tchokwes, busquimanes, coinsãs, etc…

A música de Yanick (Afroman) corresponde à uma música que toca nas feridas do passado que respeitam as tensões tribais que tiveram por palco Angola, a música de Yanick não une os angolanos, os separa, não aproxima os angolanos os afasta. Engrandece a sua tribo para depreciar as demais de maneira indirecta. 

Bem – haja!

Por João Henrique Hungulo

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