São no total 4,46 milhões de acções ordinárias que o BFA disponibiliza ao mercado de capitais para Oferta Pública de Venda (OPV).
Deste número, que representa 29,75 por cento das acções para a venda, 15 por cento advêm da operadora UNITEL e outros 14,75 por cento de acções do Banco Português de Investimento (BPI). O Banco disponibilizou ainda 2 por cento exclusivamente a colaboradores.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração (PCA) do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) Álvaro Fernão, que falava durante o Roadshow com os investidores que decorreu ontem em Luanda a decisão de privatizar parte das acções do banco através do Programa de Privatizações (PROPRIV) representa um sinal de confiança no potencial do banco com o objectivo de prosperar, aumentar a abertura e competitividade do mercado de capital angolano.
"Trata-se de um processo que vai muito além da transação em mercado de capitais, mas que materializa os valores que norteiam o PROPRIV, isto é, a transparência, a equidade e a livre concorrência, reforçando o compromisso do Executivo angolano em promover um crescimento económico sustentável", avançou.
Para Álvaro Fernão, a privatização vai criar oportunidades de investimento tanto para pequenos subscritores como para investidores institucionais, afirmando que é um sinal de que Angola está a dinamizar o mercado de capitais, transferindo propriedade, gerando liquidez e ampliando a base de investidores.
O PCA do IGAPE assegurou que o lançamento da OPV do BFA prova que, mesmo sendo um mercado jovem, o mercado de capitais angolano tem potencial de cresci mento e de rentabilização dos investimentos.
Resultados positivos
Já o presidente da Comissão Executiva do BFA, Luís Gonçalves, adiantou que o banco tem tido bons resultados nos últimos anos e destacou a trajetória de cresci mento da instituição, mostrando se confiante no sucesso da Oferta Pública de Venda (OPV) que arranca hoje.
"Não há certezas sobre o sucesso da operação, mas a nossa expectativa é que sim, e são altas. Do diálogo que vamos tendo com os investidores, nota-se que há apetite para esta operação", disse.
Questionado sobre os resulta dos da instituição para este ano, o PCE adiantou que os resultados do BFA em 2024 incluem um lucro de 207,8 mil milhões de kwanzas, o que, segundo Luís Gonçalves, representou um aumento de 24 por cento face a 2023, fazendo do banco o mais lucrativo de Angola no ano passado.
"Se chegarmos ao valor máximo de colocação, a expectativa é que se consiga angariar mais de 200 mil milhões de kwanzas", afirmou.