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Quinta, 14 Agosto 2025 12:21

Garimpo de diamantes na província da Lunda Norte desafia atividade

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás angolano disse hoje que a atividade diamantífera na província da Lunda Norte enfrenta "um desafio grave e complexo", com o maior número de focos críticos de garimpo de diamantes.

Diamantino Azevedo, que discursava hoje na cerimónia de inauguração de um campus universitário na Lunda Norte, um investimento de 60 milhões de dólares (50,9 milhões de euros) pelo Presidente angolano, João Lourenço, referiu que estão envolvidos no garimpo crianças e mulheres "e com forte presença de estrangeiros".

"A situação é agravada pela existência de várias casas ilegais de compra de diamantes, localizadas em zonas mineiras e fronteiriças, que operam à margem da lei, efetuando pagamentos em divisas e alimentando redes organizadas de comercialização ilícita", denunciou.

Segundo Diamantino Azevedo, estes atos colocam em risco não apenas a soberania internacional e a imagem internacional de Angola e do seu setor diamantífero, bem como a própria sustentabilidade desta indústria.

O governante angolano sublinhou que a exploração e comercialização ilegal de diamantes promovem a imigração clandestina, o branqueamento de capitais, a degradação ambiental, a propagação de doenças, o trabalho infantil e outras consequências sociais "profundamente negativas".

Perante este quando, disse o ministro, o executivo vai continuar "a tomar as medidas devidas para combater estes males e responsabilizar criminalmente os seus financiadores, promotores e participantes ativos".

Diamantino Azevedo defendeu que é preciso "reforçar a fiscalização mineira e o controlo das áreas concessionadas, promovendo igualmente as zonas não concessionadas para atividades mineiras formais no regime semi-industrial e industrial, criando condições para empregar muitos dos jovens angolanos, que hoje se dedicam ao garimpo".

Para o governante, é importante replicar-se em outras concessões os exemplos de sucesso de combate ao garimpo, como os registados em outros projetos, para proteger os recursos e garantir a rastreabilidade dos diamantes angolanos, bem como preservar a credibilidade de Angola nos mercados internacionais, "assegurando que o setor diamantífero continua a ser uma fonte legítima e sustentável do desenvolvimento nacional".

O ministro destacou o papel relevante da província da Lunda Norte no domínio da produção diamantífera nacional, contando atualmente com 21 projetos mineiros em produção, que garantem emprego direto a mais de 8.000 trabalhadores.

"Nos últimos dois anos, a produção média anual da província fixou-se em cerca de 1,4 milhões de quilates de diamantes brutos, o que representa aproximadamente 12% da produção total de Angola neste período", avançou.

O campus da universidade Lueji-a-Nkonde, localizado na cidade do Dundo e construído numa área de cerca de 19 mil quilómetros quadrados, conta com 87 salas de aula e capacidade para 3.200 estudantes, das Faculdades de Economia e Direito, teve o financiamento da Endiama, empresa diamantífera pública.

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