A petrolífera estatal angolana Sonangol, que está há dois meses numa onda de mudanças, entregou a gestão da Refinaria de Luanda à empresa italiana ENI, de acordo com o jornal angolano Expansão. Além da passagem de direitos de gestão, o negócio implica também o alargamento da unidade, duplicação da capacidade de processamento de derivados e formação técnica dos funcionários.
O acordo entre o presidente da Sonangol, Carlos Saturnino, e o administrado da ENI, Claudio Descalzi, foi assinado a 31 de novembro, durante uma visita de 24 horas do primeiro-ministro italiano Paolo Gentiloni a Angola.
O Expansão revela que a Refinaria de Luanda está neste momento a funcionar abaixo da capacidade devido ao estado de degradação. Apesar de a manutenção da refinaria, que tem 60 anos, dever ser feita de cinco em cinco anos, há sete anos que esta não é realizada, falhando os prazos de segurança.
“A ENI está apoiar a Sonangol no processo de optimização das atividades da Refinaria de Luanda”, afirmou a empresa italiana, numa nota ao Expansão.
Segundo o jornal angolano, a multinacional italiana passou a deter os 30% de direitos de exploração que eram da Sonangol num campo petrolífero em Cabinda. A ENI já detinha nesse campo uma participação de 15%, enquanto a Teikoku e a Soco são responsáveis por 17% da exploração cada uma e a China Sonangol por 11%.
Na semana passada, soube-se também que a petrolífera estatal de Angola assinou um contrato de parceria com a empresa francesa Total para relançar os segmentos upstream e downstream. O acordo diz respeito à exploração de um bloco em águas ultra-profundas e acontece seis anos depois da conclusão dos últimos blocos lançados por Angola para exploração.
Saturnino foi nomeado passa a liderar o maior grupo angolano, totalmente público, no mês passado depois da demissão de Isabel dos Santos. A filha mais velha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, tinha sido incumbida de reestruturar a petrolífera estatal, mas acabou por ser destituída do cargo. JE