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Segunda, 25 Setembro 2017 20:01

Quando oposição e MPLA divergem sobre governo de João Lourenço, UNITA promete recorrer à ONU devido a intolerância política

A UNITA pretende encontrar nas Nações Unidas a solução para a intolerância política em Angola, após a violência registada em várias províncias na sequência das eleições gerais, com agressões, ameaças de morte e vandalização de bens dos seus militantes.

O deputado Adalberto da Costa Júnior, que esteve no último final de semana em Benguela a visitar os 14 feridos do Monte Belo, onde os prejuízos são estimados em 35 milhões de kwanzas, refere que o país não pode estar na ONU com a matriz de violência.

Antes de ter visitado os feridos e os cerca de 30 imóveis vandalizados, entre casas e lojas, costa Júnior ouviu o secretário no município do Bocoio, José Tchilumbo, criticar a postura do governador da província, Rui Falcão.

"O senhor governador provincial esteve cá mas nem fez referência a isso, limitou-se a vangloriar a vitória. Ele quis desconhecer o que se viveu naquela área’’, aponta o secretário.

Meios da UNITA destruídos em Monte BeloDa agressão do secretário na província da Lunda Sul, atingido pela carga policial, ao assassinato do filho do deputado Joaquim Nafoia, passando pelo Bocoio, Adalberto da Costa Júnior criticou o silêncio dos dirigentes do MPLA e de líderes religiosos.

Perante este cenário, refere, é preciso apresentar factos em organizações internacionais dos direitos humanos.

"É um facto que está a expor o nome de Angola lá fora. Nós tivemos eleições e… eu faço aqui uma pergunta: qual foi a voz de um alto dirigente do MPLA a lamentar os incidentes daqui do Bocoio? Eu começaria pelo governador, mas também lamento o silêncio das igrejas, isto é cobardia generalizada. É crime, agressão às populações, está dentro das disposições da ONU, onde Angola fica sentada à procura de visibilidade, quando na prática viola todas as obrigações. A nossa luta, agora, será também nas instituições internacionais dos direitos humanos’’, acusa Adalberto da Costa Júnior.

Contactado várias vezes pela VOA, o partido no poder continua em silêncio.

A Polícia Nacional, também visada nas críticas, diz que o inquérito em curso vai permitir responsabilizar os culpados.

No Bocoio, a 110 quilómetros da cidade de Benguela, estão cinco detidos, apontados como envolvidos em actos de agressões e destruição de casas e estabelecimentos comerciais.

Oposição e MPLA divergem sobre Governo de João Lourenço

UNITA e CASA-CE falam em Governo bicéfalo, MPLA responde com intrigas e politiquices

A um dia da posse de João Lourenço como Presidente de Angola, o partido no poder e a oposição fazem leituras diferentes do seu futuro consulado. Enquanto os partidos da oposição dizem que o Lourenço não vai mandar porque haverá um Governo bicéfalo, o MPLA responde que tudo não passa de intrigas e politiquices.

Raúl Danda, vice-presidente da UNITA, interroga-se sobre quem de facto vai mandar no país a partir de amanhã, 26.

"O novo Presidente à beira de tomar posse, mas o antigo presidente continua a mandar em tudo: Entregou as instalações da antiga Assembleia Nacional ao seu genro (Sindika Ndokolo), está a escolher as chefias militares para o país, inaugurou uma obra do soldado desconhecido com milhões e milhões enquanto o soldado conhecido tem fome, eu não sei que país teremos, mas a única verdade é que o MPLA sempre mandou no país e vai continuar”, acusa Danda.

Leonel Gomes, da CASA-CE, alinha pelo menos diapasão e não antevê uma governação fácil.

“Não vejo uma governação fácil para quem foi empurrado, havendo bicefalia, vamos ter tempos tenebrosos, o povo vai sobre momentos mais difíceis ainda e o desenvolvimento que se quer será no binoculo", sublinha o secretário-geral da coligação.

Para Joao Pinto, deputado do MPLA, não haverá sombra de José Eduardo dos Santos.

"O Presidente João Lourenço sempre pertenceu aos quadros estratégicos do MPLA e nunca teve conflito com José Eduardo dos Santos, que é, claro, uma figura a respeitar até pela própria oposição, mas isto não vai impedir que Joao Lourenço pense pela própria cabeça, o resto são intrigas de oposição que só fazem politiquices", disse Pinto.

A posse de João Lourenço acontece na terça-feira, 23, na presença de cerca de 30 chefes de Estado e de Governo e de mais de mil convidados.

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