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Terça, 29 Setembro 2015 08:31

Greve de fome dos activistas "extremamente alarmante"

Um dos advogados dos activistas, Walter Tondela, disse à RFI que a greve de fome dos jovens é "extremamente alarmante" e confirmou que o caso já passou para o Tribunal de Luanda.

Os jovens activistas estão em greve de fome "há mais de sete dias" e a situação é "extremamente alarmante", descreveu à RFI Walter Tondela, um dos advogados dos activistas.

Temo não só pelo Domingos mas por todos. São capazes mesmo de falecer. Estamos a ficar com medo desta situação. Só bebem água”, disse por telefone, Esperança Gongo, mulher de Domingos da Cruz, um dos detidos em greve de fome.

A versão das famílias contradiz a declaração do director do Serviço de Investigação Criminal, Eugénio Alexandre, de que “estão bem, encontram-se na mesma condição dos demais detidos, estão a alimentar-se e não há qualquer problema” – segundo declarações à Rádio Nacional de Angola.

Na semana passada que oito dos 15 detidos em cadeias de Luanda iniciaram uma greve de fome à meia-noite de dia 21 de Setembro, mas a informação de Elsa Caholo, irmã de outro dos detidos, é de que são quatro – Domingos da Cruz, Inocêncio de Brito, Luaty Beirão e Sedrik de Carvalho, todos detidos no estabelecimento prisional de Calomboloca.

Elsa Caholo, irmã de Osvaldo Caholo, tenente da Força Aérea, levado para a prisão a 24 de Junho, quatro dias após as primeiras detenções, afirmou que os detidos estiveram em “celas solitárias” até à passada sexta-feira, dia em que puderam deixar essa situação por “ordens superiores”. Porém, quatro deles “decidiram ficar” na mesma situação, por “receio de que metam alguma coisa na comida ou na cela”.

Walter Tondela foi hoje notificado que o caso passou para o Tribunal Provincial de Luanda. Esta segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) também confirmou, em comunicado, que o processo foi a juízo no dia 16 deste mês.

A maioria dos activistas angolanos estão detidos desde 20 de junho por suspeita de prepararem um golpe de Estado.

O próximo passo da Defesa dos activistas é apresentar um recurso ao Tribunal Constitucional depois de o Tribunal Supremo de Angola ter indeferido, a 16 de Setembro, o pedido de "habeas corpus" para libertar os jovens. No dia 21 de Setembro, a defesa pediu a libertação imediata dos detidos devido a "excesso de prisão preventiva".

Ainda de acordo com os advogados dos jovens, depois de terem sido ultrapassados os 90 dias legais de prisão preventiva, nem a defesa nem os arguidos foram notificados do despacho de acusação.

RFI / Publico

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