Segundo informações apuradas no local por O PAÍS, Angelina, 26 anos, que era natural do Huambo, foi encontrada morta por volta das seis horas da manhã, quando um vizinho curioso entendeu entrar na aludida casa para fechar a porta que estava aberta.
Mal entrou, segundo contou, encontrou na sala restos de churrasco, refrigerantes e água mineral dispersos no chão, o que lhe terá chamado a atenção, tendo avançado até a um dos quartos onde encontrou a malograda deitada morta num velho colchão de espuma.
A jovem apresentava hematomas na face, resultante de espancamentos violentos, e ainda marcas de amarras e indícios de abuso sexual e asfixia, por desconhecidos, até agora.
Um vizinho da malograda que não quis se identificar, contou a este jornal que, por volta das 23 horas e 30 minutos, encontrou Angelina a conversar com um homem no interior da viatura desta com os bancos arreados, como que nada de pior viesse a acontecer no dia seguinte.
Uma amiga sua contou a OPAÍS que por volta das 21 horas deparou-se com Angelina numa das lojas do Grupo Kero, e disse-lhe que estava naquele estabelecimento a fazer compras, porque tinha marcado um encontro com alguém para jantar e conversar, mas sem especificar o local.
A interrogação que se levanta entre a vizinhança é a forma estranha como aquela jovem foi parar naquela casa que se encontra em estado avançado de degradação, que reclama obras de restauro, sendo que vivia a 500 metros, na sua residência, onde coabitava com o seu único filho de três anos e uma sobrinha de 16 anos. Ouvida por OPAÍS, a inconsolável sobrinha disse que por volta das 21 horas e 30 minutos tinha ligado para a tia, questionando a hora em que chegaria à casa, tendo ela respondido que chegaria mais tarde, porque estava a fazer compras para o fim de semana.
Segundo ainda o que a amiga da malograda que falou sob anonimato, disse a este jornal, nos últimos tempos, “ela recebia ameaças de morte e ofensas morais através de mensagens anónimas”, dias depois de ter comprado a casa.
Os restos mortais da malograda que trabalhava para uma concessionária de automóveis, TDA, foram trasladados para o Huambo, onde foram sepultados no Cemitério Municipal daquela cidade, nesta Terça-feira, num ambiente de dor e consternação.
O PAÍS