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Sexta, 27 Outubro 2017 21:19

João Lourenço, o reformador?

Antes da indicação do cabeça de lista do MPLA para as eleições gerais... a oposição tinha uma estratégia bem definida, estava muito bem "armada", quer dizer, tivera montado a sua estratégia considerando que o cabeça de lista do MPLA seria o Ex-presidente José Eduardo dos Santos, pois acreditava no dito pelo não dito do mesmo e somando com a situação económica e financeira do país, pra a oposição era um dado adquirido que na campanha eleitoral iria esmagar, iria atropelar... a máquina de campanha eleitoral do MPLA.

Por Manuel Tandu

 Mas após a indicação do cabeça de lista do MPLA. Após a confirmação de João Lourenço como cabeça de lista do MPLA. Essa materialização da pretensão do ex-presidente da República em abdicar-se do poder, desequilibrou a máquina de mobilização da oposição, desestruturou, desarmou... a estratégia que tinha sido montado pela oposição.

Mas a oposição entendia que ainda tinha um trunfo, pois acreditava que a campanha eleitoral do MPLA mesmo encabeçado pelo candidato João Lourenço, não fugiria das estratégias passadas. Também pela pouca a aparição pública do mesmo, pois não devemos de nos esquecer que o mesmo ficou uma década na assembleia Nacional exercendo a função de vice-presidente da assembleia Nacional.

E em função disso estavam convictos que o mesmo por passar mais de uma década na assembleia Nacional, teria dificuldades de se adaptar a dinâmica da campanha eleitoral, pois durante este período na assembleia Nacional não esteve envolvido directamente nas actividades político-partidária.

Mas a entrada em campo do actual presidente da República, na altura como candidato a presidente da República superou as expectativas, se o seu discurso pra aos eleitores renovava as esperanças, estava a cativar... de outro lado esse discurso estava a asfixiar a oposição, a oposição ficou sem argumentos. Foi uma campanha eleitoral que o actual presidente da República surpreendeu pela positiva.

A sua entrada na rede social facebook, um território ou uma arena a qual a oposição faz tempo tinha os seus cabeças de lista, foi muito relevante. Pois permitiu a sua interacção com eleitor 24/24 horas.

Nos seus discursos durante a campanha se assumiu como a mudança, chamou os bois pelos seus nomes. Se a oposição pensava que haveria uma timidez da parte do mesmo em tocar em alguns assuntos sensíveis. Ele provou o contrário. Num dos seus discurso convidou todos que estavam a criar empregos nos países estrangeiros ou que tinham dinheiros no estrangeiro que usassem esses dinheiros pra investir em Angola, que com esse dinheiro criassem empregos em Angola visando a ajudar o governo na empregabilidade, também convidou a própria oposição que dos dinheiros que estão depositados em bancos do exterior que usassem a mesma pra investir no país, pra criar empregos, e deixou claro que ninguém que procedesse desta forma iria pra as barras da justiça. Frisou que colocaria o sal na gasosa, depois alguns internautas acabaram por sugerir que esse sal colocado na gasosa tinha que ser não iodado pra os reincidentes... foi nos mercados, esteve em contacto directo, abraçou, selfies...

Enfim neste período da pré-campanha e da campanha eleitoral provou estar a altura dos desafios. Logo como se assumiu como um reformador, é claro que a oposição tinham sido desarmado, o efeito imediato dessa atitude foi o eleitor delegar-lhe os destinos do país.

No acto da sua tomada posse, deu sequência em apresentar as medidas que pretendia materializar. Mas o seu discurso sobre o estado da nação na sessão de abertura da IV legislatura foi uma mega "bomba", estremeceu o país... Aqueles que não frequentavam mais a igreja, no domingo, daquela semana foram na igreja, xe! Aquilo foi orar de verdade! Houve orações fortes, aqueles que não ligavam mais os pastores da igreja que frequentavam antes do topo depois do discurso acabaram por ligar nos pastores, aqueles também que professam outras religiões, uns oraram bué Deus e outros oraram bué os deuses... até os ateus após o discurso chegaram de orar muito a Deus... aqueles que a muito tempo não davam os dízimos, chegaram a dar nessa semana os dízimos, e pra provarem o seu arrependimento deram com juros de demora... foi uma correria...

Quer dizer, neste discurso, ele pôs o dedo na ferida, fez uma apreciação real do país, falou daquilo que só se chegava a ouvir falar nos táxis, nos kombas, nos casamentos, nas sentadas... falou daquilo que nas redes sociais só é falado através de pseudo perfis... o que foi mais marcante neste discurso. Foi a questão dos monopólios… Uma maioria dos economistas vem propondo a desvalorização do Kwanza, quer dizer, no entender dos mesmos a desvalorização do Kwanza é a única ferramenta eficaz pra contrapor actual situação económica e financeira do país. Mas o PR João Lourenço disse não meus senhores e minhas senhoras, a questão fundamental pra actual situação económica e financeira do país passa primeiro em acabar com os monopólios, pois com os monopólios não há competitividade e sem a competitividade não se irá dar uma volta nesta situação.

Pois ate se pode desvalorizar o Kwanza, mas como há monopólios para o acesso das divisas. Logo a desvalorização do Kwanza não resolveria a situação da escassez das divisas (alias a última desvalorização do Kwanza, não trouxe resultados na qual os mesmos economistas entendiam que teria, pois só aumentou o problema, mas os rendimentos dos kinguilas aumentou significativamente…). Quer dizer, nesse discurso deixou claro que para recuperação, pra que a economia do mercado seja funcional, passa primeiro em acabar com os monopólios, pois os monopólios acabam por asfixiar a própria economia do mercado e isso não gera o tão desejado desenvolvimento do país. E para não ficar só em discursos disse que irá existir uma lei de concorrência pra acabar com os monopólios que na verdade são um cancro que enferma a nossa economia. Mas o PR João Lourenço falou também sobre o cumprimento do compliance na banca (compliance na banca significa agir em sintonia com as regras que regem o sistema bancário internacional). Pois essa questão é fundamental, pois o bloqueio que o país tem para o acesso das divisas se deve ao incumprimento do compliance na banca.

Em função desse discurso e das acções que já realizou não seria exagero dizer que o PR João Lourenço conquistou a própria oposição. Nas redes sociais através dos posts e comentários se vê claramente que o mesmo se tornou mais popular. Se transformou no Presidente do povo, está a surpreender pela positiva. Até os críticos acérrimos do MPLA estão a apoiar o PR João Lourenço, os milhões estão com João Lourenço... Pois os passos que o mesmo já deu... a sua simplicidade, o seu contacto com o povo que é notório... quer dizer o povo não está a olhar só o mesmo como presidente, mas o olha como um pai, um irmão, um avo, um tio, quer dizer, é tido como um membro da família.

Em suma o PR João Lourenço está provando que é de facto um reformador.

João Lourenço, o reformador.

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