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Sábado, 24 Dezembro 2016 12:52

Julgamento de alegado atentado contra Eduardo dos Santos visa atingir a UNITA, diz defesa

A defesa do julgamento dos 37 cidadãos acusados de associação de malfeitores e tentativa de atentado contra o Presidente angolano considerou hoje o caso como um processo político que visa "infernizar" a direção da UNITA, o maior partido da oposição.

"A minha convicção é que este processo é político pelo facto de a maioria dos integrantes da dita manifestação serem militares das ex-FALA [antigo braço armado da UNITA] e viu-se a oportunidade de quererem infernizar a direção da UNITA quanto a este pressuposto da manifestação", afirmou Sebastião Assurreira.

O advogado falava à Lusa sobre o balanço das primeiras três semanas de julgamento deste processo, sessões que cumprem agora uma pausa do período festivo e que devem retomar a 27 de dezembro.

"Logo no primeiro interrogatório os réus David Essanju, Raimundo Chiquete, Armando Segunda, Pedro Camabala, Celestino Ferreira, Xavier Fernando foram submetidos a sessões de tortura 14 horas diárias, durante uma semana. Para que eles dissessem que quem orientou tudo isso foi o presidente da UNITA e o camarada Numa" acrescentou o advogado.

Terá sido em consequência dessas "sessões de tortura", afirmou ainda, "que grande parte dos acusados ficou adoentada", aguardando ainda pelo relatório dos Serviços Penitenciários sobre a condição do réu Rafael Tchiama que "aparenta ter problemas psíquicos".

"Infelizmente até hoje não houve da parte da direção dos Serviços Penitenciários este dever e obrigação de remeter o Rafael Tchiama a exames psíquicos e cada dia que passa a sua condição está-se a degradar, numa clara violação dos direitos fundamentais", contestou.

O julgamento teve início a 02 de dezembro na sala dos crimes comuns do Tribunal Provincial de Luanda, com a acusação promovida pelo Ministério Público a sustentar que o grupo de acusados "era bastante organizado militarmente e que recrutava os ex-militares das FALA com o objetivo de atentarem contra o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e tomarem o poder a força com recurso a armas de fogo, catanas e ainda de métodos feiticistas".

São na sua maioria militares desmobilizados das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA),braço militar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), durante a guerra civil, que terminou em 2002, e estão a ser acusados de associação de malfeitores, posse ilegal de armas e atentado contra o Presidente da República,

LUSA

 

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Last modified on Sábado, 24 Dezembro 2016 14:20