Os manifestantes responderam lançando pedras e incendiando pneus, tendo alguns destruído a placa de uma rua com o nome do presidente Robert Mugabe.
A manifestação, autorizada pela justiça, foi organizada por 18 partidos da oposição que exigem uma reforma eleitoral tendo em vista as eleições gerais de 2018. Robert Mugabe, de 92 anos e no poder desde 1980, vai recandidatar-se.
Os polícias perseguiram ainda alguns manifestantes para lhes baterem com cassetetes e ameaçaram os jornalistas que faziam a cobertura da manifestação.
Segundo a AFP, as ruas habitualmente animadas do centro de Harare encontravam-se vazias e muitas das lojas fechadas.
Também se registaram confrontos entre os manifestantes e comerciantes apoiantes do partido no poder, a ZANU-PF, que recusavam encerrar as lojas.
Na quinta-feira, a polícia tinha alertado os manifestantes para os riscos da concentração perturbar a atividade na capital zimbabueana, tentando desencorajá-los.
O ministro do Interior, Ignatious Chombo, advertiu que o governo permaneceria inflexível face a manifestações que querem "uma mudança de regime" e são "patrocinadas pelo Ocidente".
Por outro lado, várias embaixadas em Harare apelaram às autoridades para respeitarem os direitos humanos.
Há várias semanas que o Zimbabué é palco de um movimento de contestação a Mugabe de uma rara amplitude e que resiste à repressão do regime.
Os manifestantes, sobretudo da sociedade civil, pedem a saída de Mugabe, que acusam do fracasso económico do Zimbabué.
LUSA