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Sexta, 19 Setembro 2025 14:17

Nove angolanos morrem por dia na estrada, Governo fala em crise de segurança

Pelo menos 3.120 pessoas morrem anualmente em Angola vítimas de acidentes rodoviários, uma média de nove mortes por dia, um cenário que representa uma crise grave de saúde pública e segurança nacional, segundo as autoridades angolanas.

A situação da sinistralidade rodoviária em Angola esteve hoje em reflexão durante um encontro promovido pelo ministro do Interior de Angola, Manuel Homem, que juntou jornalistas e altas patentes da polícia para abordar a implementação do Programa de Prevenção Rodoviária (PPRO) "Estradas Sem Mortes".

Dados partilhados no encontro relevam que o país regista anualmente cerca de 3.120 mortes causadas por acidentes de viação, uma situação que "evidencia uma tendência persistente e alarmante, cujos efeitos negativos se refletem diretamente no desenvolvimento socioeconómico nacional".

Para as autoridades, que lançaram o PPRO, com duração de um ano subordinado ao lema "Mude Antes que Seja Tarde", a gravidade dos acidentes rodoviários indica que o país se encontra "perigosamente próximo de uma endemia de trânsito".

O programa, centrado em medidas policiais, tem como metas reduzir até 20% o número de acidentes com vítimas mortais e feridos, aumentar até 70% a fiscalização e penalização das infrações por inobservância ao Código de Estrada e intensificar até 84% a fiscalização de acidentes em aéreas urbanas.

Fatores humanos, como excesso de velocidade, responsável por com 41% dos acidentes por colisão, condução sob influência de álcool, com 9% de incidência, uso irregular do telemóvel, com 7% de infrações, circulação de moto taxistas sem capacete e em sentido contrário e a travessia inadequada de peões estão entre as principais causas.

As autoridades assumem igualmente que o mau estado técnico de veículos, com 12% de infrações, o estado das vias e a ausência e deficiente sinalização vertical e horizontal constituem fatores técnicos que propiciam os sinistros rodoviários.

"Os acidentes rodoviários apesar de afetarem a economia, inviabilizam o desenvolvimento social de várias famílias, as atuais taxas (de sinistralidade) preocupa-nos enquanto Ministério do Interior, preocupa-nos enquanto sociedade e esta abordagem que fizemos aqui hoje com a imprensa será retomada com vários outros atores da nossa sociedade", afirmou o ministro Manuel Homem.

Assegurou que o PPRO será alargado às escolas, "no reforço à educação e cidadania para a prevenção da sinistralidade rodoviária", e a outros núcleos da sociedade "que identificamos como importantes para pudermos ultrapassar a realidade atual que não é nada agradável", notou.

Questionado sobre a degradação de algumas estradas e a fraca iluminação pública nas vias, o governante frisou que o Programa de Prevenção Rodoviária "Estradas Sem Mortes" é transversal e deve contar com a participação de outros departamentos ministeriais.

O ministro indicou que 70% dos acidentes tem origem na negligência humana, mas admitiu "outros constrangimentos"relacionados com as condições das estradas.

"O estamos a fazer é mapearmos os pontos críticos dos acidentes nas estradas, vamos trabalhar com os atores, com os governos provinciais, com as administrações municipais no sentido de, onde for possível, darmos o tratamento necessário", assegurou o ministro angolano.

O comandante geral da Polícia Nacional de Angola, Francisco Ribas, assegurou, por sua vez, um trabalho coordenado entre todos os órgãos da corporação para a concretização do PPRO, garantindo ainda reforço da fiscalização rodoviária e dos agentes reguladores de trânsito.

Aumentar até 40% a utilização de tecnologias como radares móveis/fixos, alcoolímetros e balanças e videovigilância para a fiscalização e coleta de dados, bem como capacitar com ações técnico-profissionais e de moralização 100% do efetivo de trânsito e ordem pública envolvido na operação são outras das metas do programa.

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