Print this page
Segunda, 21 Fevereiro 2022 10:00

General "Dino" já encaixou mais de 410 milhões de USD com venda de participações

O império do general está a desmoronar-se. Em 2018 estava em pelo menos 12 sectores de actividade onde se destacam a banca, telecomunicações, distribuição, importação, transporte e venda dos combustíveis em Angola. Hoje, o congelamento de activos nos Estados Unidos da América, abriu-lhe a porta de saída.

O general Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino" encaixou mais de 410 milhões de USD com a venda das participações que tinha no banco angolano de investimentos e na Puma Energy, apurou o Expansão. Se por um lado estas vendas permitem algum dinheiro ao general, por outro significam a perda de dividendos nos sectores mais lucrativos da economia angolana.

Além das vendas, a entrega de activos ao Estado, entre eles a rede dos supermercados Kero, o grupo Media Nova, fábricas de cimento e cerveja e vários imóveis marcaram a saída do general Dino de pelo menos 6 dos 12 sectores de actividade económica em que estava presente.

Já a saída da banca e da distribuição de derivados de petróleo aumentou para 8 o número de sectores que já não fazem parte do universo empresarial do general.

No final do ano passado, e sem que o valor tivesse sido revelado, aquele que foi um dos homens-fortes do ex-presidente da República José Eduardo dos Santos, vendeu a sua participação de 3% na Puma Energy, poucos dias depois de ter sido anunciado o congelamento dos seus activos pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América.

A Puma Energy é uma empresa do sector de distribuição de combustíveis que é detida maioritariamente pela Trafigura, de onde o general também saiu em 2020, recebendo 390 milhões USD em troca pela participação que detinha nesta multinacional com sede em Singapura. Terá ficado apenas com uma participação residual. A saída deste negócio é responsável por 95% do valor encaixado pelo General com a venda de participações

Há 4 semanas foi concluída negociação que ditou a sua saída do sector da banca com a venda por quase 20 milhões de USD da participação de 3% que detinha no Banco Angolano de Investimentos (BAI), com o próprio banco a ser o comprador, livrando-se, assim, da "toxicidade" do general numa fase em que se prepara para uma ida a bolsa através de uma Oferta Pública Inicial em que o Estado pretende desfazer-se da sua participação indirecta.

Ainda assim, o general Dino é também um homem-forte nas telecomunicações já que apesar do imbróglio que reina hoje na Unitel será o "dono" de 25% das acções da operadora, apesar de o Estado já ter anunciado ter resgatado essa participação.

Mas como o general anunciou a dissolução da GENI, empresa que controla a sua participação de 25% na Unitel, ainda terá que ser resolvido este imbróglio. Tal como o Expansão publicou na ultima edição, n.º661, publicada a 11 de Fevereiro de 2022, a assembleia geral da Unitel marcada para o dia 31 de Janeiro acabou por não se realizar, porque não há uma definição clara sobre quem poderá representar a GENI, depois desta empresa ligada ao universo empresarial do general Dino ter comunicado aos accionistas a decisão da sua dissolução e não ter feito prova esse passo.

Tal decisão pôs em causa a decisão do Serviço Nacional de Recuperação de Activos e Participações do Estado como fiel depositário das acções do General Dino.

O império que este homem de negócios construiu ao longo dos anos, sobretudo com o apoio do Estado, indicia estar a chegar ao fim, embora 410 milhões USD no bolso e as participações que ainda detém (por exemplo na Biocom, no Banco Económico, na Movicel, entre outras) ainda permitam margem de manobra para outros voos.  Expansão

Rate this item
(0 votes)

Latest from Angola 24 Horas

Relacionados

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.