Num comunicado divulgado hoje, a direção política da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) condenou “veementemente a violência perpetrada contra a população civil em Mbamba” e denunciou “a política de terra queimada” que se traduz em “execuções sumárias, detenções arbitrárias e deslocações forçadas da população”.
Segundo os independentistas, que acusam o Governo de “torturar populações”, estas ações “visam intimidar e punir coletivamente as famílias cabindesas que vivem em torno das aldeias de Mbamba, já afetadas pela marginalização e pelo empobrecimento”. A agência Lusa contactou o Ministério da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, para obter confirmação oficial destas ações, sem obter resposta.
Na semana passada, o Estado-Maior das Forças Armadas Cabindesas (FAC) anunciou a morte de três cidadãos europeus em "intensos confrontos" entre os seus combatentes e o exército governamental angolano, que terão causado também a morte de 18 soldados angolanos e quatro ficaram feridos.
Contactado diretamente pela Lusa a partir de Lisboa, o porta-voz da FLEC-Forças Armadas Cabindesas, Jean Claude Nzita, disse que os corpos dos cidadãos europeus foram recolhidos pelos militares angolanos e que decorrem ainda combates na zona de Belize. O Ministério da Defesa angolano foi questionado, mas não se pronunciou sobre estas alegações.
A FLEC-FAC reivindica há vários anos a independência do território de Cabinda, província no norte de Angola, de onde provém grande parte do petróleo do país, evocando o Tratado de Simulambuco, de 1885, que designa aquela parcela territorial como protetorado português.